PSD acusa Câmara de Santa Cruz de querer descaracterizar Largo da Achada, na Camacha

 

O candidato à Junta de Freguesia da Camacha, Hélder Dinis Silva, concorda com a criação de um mercado agrícola para a Camacha, mas não no Largo da Achada, como foi anunciado pela Câmara Municipal de Santa Cruz. Hélder Silva entende que a opção é errada e corre o risco de descaracterizar totalmente um dos lugares mais emblemáticos da freguesia, do concelho e até da Região e onde se jogou futebol pela primeira vez, em Portugal.

As declarações de Hélder Silva foram proferidas no local numa acção de pré-campanha promovida pela candidatura do PSD ao município de Santa Cruz, liderada por Roquelino Ornelas, que esteve, tal e qual o candidato à Assembleia Municipal, Celso Almeida, presente na iniciativa.

A candidatura do PSD encetou já contactos com o Governo para que seja encontrada outra solução, um outro lugar que não o Largo da Achada.

Por outro lado, apelou ao presidente da Câmara, Filipe Sousa, para que reveja a sua posição. «Ainda vamos a tempo, todos juntos (Governo, Câmara, empresários, população) de iniciar aqui um procedimento que passa por arranjar um outro sítio, muito melhor e que não descaracterize o centro da Camacha», diz, acrescentando ter já outro local em vista.

Depois, confessou a sua preocupação com a construção de um paredão na zona para a construção do edifício. «Estou preocupado com as árvores que aqui estão. Porque não sei como é que o edifício poderá ser feito causar danos nas árvores».

«Estes agricultores que aqui costumam estar merecem, de facto, melhores condições. Mas, podemos seguir o exemplo do que o Governo Regional faz noutras localidades. Defendemos a instalação de barracas amovíveis e com animação, numa primeira fase. Numa segunda fase, o objectivo será criar um espaço próprio, com melhores condições, mas noutro lado».

Defendendo o aproveitamento dos percursos e das quintas da Camacha, Hélder Dinis Silva diz entender que a política tem de ser feita pela positiva, mas acrescenta não poder deixar de falar num elemento do JPP, da Camacha, «que foi eleito há quatro anos e do qual não se conhece qualquer ideia para a freguesia».

«Quatro anos depois esse elemento da vereação da Câmara Municipal de Santa Cruz vem pisar os calos às pessoas, quando não teve antes qualquer ideia, qualquer iniciativa», critica.

Por seu turno, o candidato a presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz, Roquelino Ornelas, diz que a proposta da Câmara de Santa Cruz «é uma obra eleitoralista». E acrescenta: «Não faz sentido estar-se a dizer que se tem o direito de fazer obras eleitoralistas só porque outros, noutros tempos, o fizeram».

«A dois meses da realização de eleições insistir na construção de um mercado que bastaria ter uma pessoa contra já levaria a que uma pessoa sensata pensasse duas vezes, quanto mais quando são muitas as pessoas que estão contra a ideia de construir neste lugar o mercado, porque perturba pela importância histórica e emocional do lugar em si, pela sua localização e por ser bastante central e não ter o tamanho suficiente para ter um mercado como deve ser e sobretudo, como já foi apontado, porque há lugares aqui bem perto onde poderia ser construída tal estrutura com melhores condições; adiantou ainda, quanto à proposta do executivo do JPP.

Para Roquelino Ornelas a proposta «é uma teimosia muito grande». «Sabem que a maioria das pessoas não gosta, mas como várias dessas pessoas não são do JPP logo a sua opinião não conta, pelo que tem de ser como eles acham, sem sequer pensarem bem no que estão a fazer», lamenta.