Crónica Urbana: mais de sete anos depois, os muros de protecção continuam sem solução

Rui Marote

A memória não se apaga: as recordações da aluvião de 20 de Fevereiro de 2010 continuam bem vivas nos madeirenses. Saldo: 47 mortos, 4 desaparecidos, 600 desalojados e 250 feridos. Prejuízos de mais de 217 milhões de euros.

E, mesmo que os madeirenses queiram esquecer, não há hipótese: para manter estas tristes recordações, as ribeiras de Santa Luzia e João Gomes continuam com os “provisórios” muros de protecção, quase uma década depois, como se fossem monumentos. Uma situação caricata sem uma solução à vista.

Preocuparam-se com as obras megalómanas da Ribeira de Santa Luzia, autênticas “muralhas de Jericó” envolvidas em polémicas em que Câmara Municipal teve de intervir e o Governo acabou por resolver pôr um ponto final na ponte junto ao Bazar do Povo uma vez que estava prevista a sua continuidade até à ponte do Cidrão.

Há zonas onde se registam perdas de água de tubos, ao longo de dias a verter para a ribeira

Recordamos que Miguel Albuquerque, quando estava à frente dos destinos da edilidade, manteve um braço de ferro com o governo de AJJ para que os serviços da hidráulica do Governo repusessem as protecções das ribeiras, uma vez que as mesmas estavam sob alçada da Secretaria do Equipamento Social, num jogo do empurra com o Governo a dizer, por seu turno, que as mesmas eram da alçada da Câmara.

E assim decorreram sete anos e alguns meses. Conclusão: agora é Cafôfo a exigir e no outro lado da barricada é Albuquerque a não repor. O Funchal irá continuar por mais sete anos a aguardar que estas barricadas sejam retiradas e os varandins sejam repostos?  Chega!!!