Liliana Rodrigues leva 20 jovens estudantes venezuelanos ao Parlamento Europeu

A convite da eurodeputada Liliana Rodrigues, um conjunto de 20 jovens venezuelanos que se encontram a frequentar a Universidade da Madeira irá deslocar-se ao Parlamento Europeu, em Bruxelas.

De acordo com Liliana Rodrigues, “a Universidade da Madeira está a fazer um trabalho exemplar na integração destes alunos”, tendo o seu convite por objectivo “colocar estes jovens em contacto com o contexto político nacional e europeu, contribuindo para o seu esclarecimento acerca de uma realidade política bastante distinta daquela de onde provêm e na qual poderão e deverão tornar-se cidadãos activos do projecto europeu”.

A visita ao Parlamento Europeu incluirá um encontro com os deputados que integram a Delegação à Assembleia Parlamentar Euro-Latino-Americana e a Delegação para as relações com o Mercosul, onde serão recebidos pelo seu Presidente, o deputado socialista Francisco Assis.

A situação política e social na Venezuela tem vindo a degradar-se.  As manifestações contra o Governo de Nicolás Maduro duram há mais de três meses e já contabilizam cerca de cem vítimas mortais e mais de 2000 detidos.

“A repressão do Governo não abranda e não acreditamos numa investigação imparcial para apurar responsabilidades”, adianta a eurodeputada Liliana Rodrigues, que, tanto no Parlamento Europeu, como em diversas reuniões com associações de imigrantes e movimentos de activistas venezuelanos, tem procurado defender o respeito pela liberdade e pelo Estado de direito na Venezuela e a implementação de medidas com vista à integração desta comunidade na Região Autónoma da Madeira.

“Foi no sentido de garantir a segurança dos emigrantes europeus na Venezuela e a salvaguarda dos seus bens que interpelei a Comissão Europeia em Abril”, refere Liliana Rodrigues que, prestando declarações em nome da Delegação socialista portuguesa no Parlamento Europeu, referiu que “a Venezuela é hoje uma nação disfuncional, autocrática e empobrecida”, a prova de que “Nicolás Maduro falhou com o seu país e que é aterradora a sua indiferença face ao sofrimento de milhões de venezuelanos”.

Para a deputada socialista “não basta substituir o Governo, é preciso também neutralizar a oligarquia criminal que o acompanha e domina a Venezuela”.

Para que isso suceda,“a oposição deverá unir-se em torno de objectivos muito específicos”, como tentar “persuadir o Governo a aceitar a ajuda humanitária” para, numa segunda fase, “exercer pressão sobre o Governo para a realização de eleições, a libertação dos presos políticos e o apoio a reformas macroeconómicas específicas que permitam à Venezuela controlar a inflação e estabilizar a moeda”.

Apesar de já ter sido um dos países mais ricos da América do Sul, 4 em cada 5 famílias na Venezuela vivem actualmente em situação de pobreza. A inflação encontra-se acima dos 800% e crianças morrem por falta de medicamentos básicos.