Crónica Urbana: Onde param as placas toponímicas da Avenida Manuel de Arriaga?

 

Rui Marote

Na nossa ronda habitual pela cidade, bem cedo, chamou-nos a atenção que na Avenida Manuel de Arriaga, as placas toponímicas desapareceram. Percorremos essa artéria de Oeste para Leste, para verificar se existia algum vestígio  dessa denominação, ao longo do percurso. A maioria dos madeirenses não sabem quem foi esta ilustre personagem; embora açoriano, foi eleito deputado republicano pelo círculo da Madeira, a 26 de Novembro de 1882.

Foi o primeiro presidente de Portugal no período de 24 de Agosto de 1911 a 29 de Maio de 1915. Era advogado e professor e faleceu com 76 anos de idade, em 1917.
Existia uma placa toponímica de uma certa dimensão, com letras forjadas com o nome deste ilustre cidadão, no início da avenida, junto à porta principal  do ex-Banco Nacional Ultramarino, e outra junto à rotunda do Infante. Recordamos que esta avenida tinha duas artérias, com um passeio central separando a do Sul e a do Norte.
Com as obras da placa central, foi eliminada a Avenida a Sul, acabando a Avenida Manuel de Arriaga por ter somente uma artéria com circulação automóvel.

Não compreendemos o motivo do desaparecimento destas placas, transformando-a numa avenida actualmente sem nome, induzindo os turistas em erro, uma vez que não encontram qualquer sinalização. Mas no Funchal nada nos surpreende: as estátuas mudam frequentemente de local, como temos vindo a alertar. Será que a edilidade pensa arquivar Manuel de Arriaga e esta artéria passará a chamar-se Zé dos Anzóis?
Mas nem tudo merece um reparo negativo. Deixamos os nossos parabéns ao Município pela colocação de um pilar no início da placa central, com o nome praceta D. Manuel I.

Finalmente o povo começa a saber que a praceta D. Manuel I existe com este destaque que a Câmara actual colocou e em boa hora, uma vez que este ano se comemoram 600 anos da edificação da catedral.