Uma conferência sobre envelhecimento demográfico e homenagens às Instituições Particulares de Solidariedade Social e funcionários com 25 anos de serviço, marcam, hoje, o momento alto das comemorações do Dia da Segurança Social, a partir das 14.30 horas nas instalações do Instituto de Segurança Social da Madeira.

A conferência “Envelhecimento Demográfico: presente e futuro” tem lugar pelas 14.30 horas e a oradora Maria João Valente Rosa é professora universitária, doutorada em Sociologia (especialista em demografia). Desde 2009 dirige a Pordata, um projeto da Fundação Francisco Manuel dos Santos, onde é coordenadora científica da área de investigação população e é membro do Conselho Superior de Estatística.

Em declarações ao PÚBLICO, em 2016, a professora universitária considerou que “há dados muito desanimadores em Portugal. Não gosto de viver num país com a quarta maior taxa de abandono escolar da União Europeia. Não gosto que Portugal seja um dos países em que se trabalha mais horas por semana, mas cuja produtividade está abaixo da média comunitária. Não gosto da diferença de remuneração entre homens e mulheres com idênticas qualificações. Não gosto do peso das desigualdades à partida. Não gosto que Portugal seja um dos países onde a família mais pesa nos resultados escolares. Mas acho que é possível mudar tudo, não de um dia para o outro, porque estas mudanças não se fazem por decreto. As feridas são muito profundas e não se resolvem imediatamente”.

Maria João Valente Rosa é autora do livro “O Envelhecimento da Sociedade Portuguesa”, cuja sinopse aponta para o facto de termos começado, recentemente, “a ser confrontados com um outro envelhecimento, do tipo coletivo o envelhecimento da população em geral. A população envelhece porque a Humanidade cresceu em conhecimento técnico-científico e as condições de vida das populações melhoraram. Mas, apesar de o envelhecimento populacional poder ser percebido como uma história de sucesso, é frequentemente entendido como uma verdadeira ameaça ao futuro da sociedade em que vivemos. Este ensaio começa por falar das razões que conduziram à situação demográfica em que nos encontramos. Argumenta, em seguida, que a aflição com o envelhecimento da população é muito explicada por um outro envelhecimento mais profundo: a incapacidade de a sociedade adaptar as suas estruturas sociais e mentais à evolução dos factos. Propõe, por fim, um rumo alternativo de organização social sintonizado com as realidades sociodemográficas em curso”.