Crónica Urbana: Tapar para “inglês” não ver

 

Rui Marote

Foram muitos os nossos alertas à anterior administração de Portos. Porém, só agora a actual toma medidas, tapando embora o “Sol com a peneira” para acabar com o mau cartão de visita à entrada e saída da Pontinha.
Por debaixo da rotunda Mr. Harvey Foster (ex-rotunda da Pontinha) existem umas “caves” debaixo da estrada, em que alguém sonha construir um museu de carros clássicos. O espaço permanece, no entanto, ocupado já alguns anos por vários sem-abrigo que vivem naquelas “cavernas”.


Já há lguns dias que a APRAM encerrou a chapas de zinco esse espaço, deixando de ser visível o seu interior .
Achamos correcta essa actuação, acabando com essa pobreza envergonhada, cortando com o impacto de um mau cartaz turístico.


O Funchal Notícias fotografou esse enorme “biombo”, mas verificámos que o acesso não está bloqueado, uma vez que existe um espaço acessível aos “apartamentos debaixo da rotunda”.
Afinal os moradores continuam, só que agora penalizados, sem acesso a luz solar.
Não resistimos e fizemos uma visita, numa altura em que os residentes estavam ausentes.

Fotografámos o seu interior, que hoje é depósito de materiais de construção degradados, entulho e lixo.
Carrinhos de supermercado, sofás, uma cozinha e outros pertences continuam escondidos dos olhos dos turistas e locais, que no exterior passam.


A isto chamo tapar o sol com a peneira. Uma autêntica operação de cosmética. A desgraça continua escondida.


O que deveria ser feito: -1-A Segurança Social identificar e saber quem lá vive e tomar as devidas precauções; 2- De imediato a APRAM procedia à limpeza do espaço; 3- Colocava os tapumes bloqueando o acesso. 4 – Colocação de material de desratização, eliminando estes roedores, que alastram nos restantes compartimentos até à Lota, numa área que, pelo aspecto destruído, apelidamos de Alepo-Síria…


Toda essa vedação foi recuperada, mas por detrás a lixeira e a rataria abundam e daqui a alguns meses volta ao mesmo. Aliás, já se verifica derrube de chapas.
Não estamos a ensinar o Pai Nosso ao vigário, nomeadamente aos serviços portuários. Mas ou faz-se bem feito ou as situações degradantes vão continuar sem solução.


Há chefes para dirigir esses trabalhos, só não sabemos se há peixe miúdo para executar essas tarefas. A Meia Serra aguarda!