Praia na Praça do Povo começa a ser frequentada mas banhistas pedem melhores condições de acesso

Fotos FN.

Os raios de sol que anunciam a chegada da primavera, mesmo que intervalados pela teimosa brisa de inverno, convidam a um breve mergulho nas cálidas águas da ilha, até mesmo da baía do Funchal.

Uma oportunidade que está a ser aproveitada por madeirenses e turistas, de preferência gratuitamente, como é o caso, porque tudo na Região é a cobrar acima do todo nacional.

Esta tarde, na improvisada praia artificial ou enrocamento, como preferirem designar, na Praça do Povo, os banhistas fizeram-se à água que, segundo iam exclamando, estava “mais quente do que em terra”. Um pequeno “paraíso” no centro da cidade.

O calhau, entre o miúdo e o graúdo, não cria obstáculos e, por entre os sucessivos enrocamentos, jovens e adultos aproveitavam o domingo para os banhos de sol e de mar, ali mesmo no coração da cidade, enquanto outros namoriscavam ao sabor dos smartphones.

O passeio pela Praça do Povo torna-se aprazível e as águas aparentemente límpidas, com as ondas suaves a morrerem num calhau miúdo, deixam antever uma alternativa para uma ida à praia neste verão, sem ter que pagar para chegar ao mar.

Desconhecer-se se a Autoridade Portuária ou se a Câmara Municipal do Funchal, ou até se ambas, zelam pelo bonito espaço criado, mas talvez não fosse má ideia responder aos anseios de alguns banhistas que reivindicavam ao FN condições mais propícias de acesso ao mar: “Que tal uns sanitários, duches e espreguiçadeiras… ? Mas não façam negócio com isto!”, comentavam ao mesmo tempo que bem sabiam que a época balnear ainda não começou. “Mas há que ir lançando as sementes”, alertava-nos uma idosa que não prescinde dos seus banhos de mar, até mesmo ao longo do ano. “Costumo ir mais à Praia de São Tiago mas hoje o mar está mexido e aqui está mais calmo. Se somos uma ilha, por que razão haveremos de buscar longe o que está tão perto e à borla?”, opinava com um sorriso e de pele já bastante tisnada do sol.

Na Praia de São Tiago, sem vigilância, os visitantes vão chegando e estendendo a toalha no piso de cimento. Maré cheia e mar agitado anunciam que é preciso esperar em terra por outra maré e contentar-se com os banhos de sol. À entrada, o pessoal da zona, habituado à cavaqueira, por entre a cerveja e os tremoços, vão queimando o morno domingo, enquanto os turistas do Hotel Santa Maria Bay apanham sol de tronco nu, na varanda dos quartos, com todo o mar pela frente. Uma unidade hoteleira que sai bastante favorecida com os melhoramentos feitos à beira mar, nomeadamente um reforçado enrocamento que protege da rebeldia de invernos mais tempestuosos.

A passo lento e morno, o domingo vai-se sumindo, por entre os primeiros raios de primavera, com sabor a maresia.