PCP denuncia trabalho precário e pressões sobre trabalhadores da PT/Meo


O PCP-Madeira promoveu hoje uma iniciativa no Funchal, na qual alertou para o facto de os jovens serem hoje dos cidadãos mais afectados pelo trabalho precário. Segundo os comunistas, a precariedade atinge mais de 67% dos jovens até aos 25 anos e 33% dos trabalhadores até aos 35 anos.
Ricardo Lume referiu que os salários são entre 30 a 40% mais baixos que o de um trabalhador com vínculo permanente, uma realidade que acontece com a geração mais qualificada de sempre do país, grande parte da qual é obrigada a emigrar para encontrar um trabalho na sua área ou um salário digno. ”

“Os que ficam são as principais vítimas da precariedade laboral. Um exemplo claro desta realidade é o que se passa na generalidade dos Call Centers, onde os contratos são de 15 dias e só são renovados se os trabalhadores cumprirem com objectivos mínimos. A remuneração destes trabalhadores é baixa, recebendo pouco mais de 3 euros à hora, e muitos têm de trabalhar até 12 horas por dia para conseguirem atingir os objectivos”, denunciou.

A grande maioria desses jovens trabalhadores, referem os comunistas, laboram em empresas de trabalho temporário (ETT). Uma ETT recebe um salário por inteiro de uma empresa pelo trabalhador que lá coloca, ficando com uma parte que por vezes é superior à parte do trabalhador, isentando as empresas, neste caso concreto, a PT/MEO, NOS e Empresa de Electricidade Madeira, para a qual o trabalhador realmente trabalha, de qualquer responsabilidade pelo mesmo.

É do conhecimento comum que estas grandes empresas pretendem extinguir vínculos laborais efectivos para substituir por vínculos laborais precários ou pela contratação de ETT, diz o PCP, que acusa o Governo Regional da Madeira de ser conivente com estas práticas.

O PCP recorda que em Janeiro questionou a Secretaria Regional da Inclusão e dos Assuntos Sociais, que tutela a Direcção Regional do Trabalho, sobre se tinha conhecimento ou se iria intervir sobre a pressão que está a ser feita a alguns trabalhados da PT/MEO para rescindir o seu vínculo laboral efectivo com a empresa.

“Até ao momento a Secretaria não deu qualquer tipo de resposta, situação que nos deixa perplexos, visto que nos últimos tempos, deputados do PSD exigiram a resposta, de determinada entidade, às suas questões respeitando assim o direito das oposições. Neste caso concreto, o Governo do PSD não só não respeita a oposição como não quer intervir para salvaguardar os direitos dos trabalhadores”, diz o partido.

A precariedade laboral não é uma fatalidade, mas é necessário lembrar que aos trabalhadores nunca nada foi dado, todos os direitos que temos foram conquistados com a luta organizada, sublinham os comunistas, que alertam para que cabe aos trabalhadores lutarem pelos seus direitos, unidos e organizados, uma luta na qual, afirmam, podem sempre contar com o apoio do PCP.