“Um dia destes há uma desgraça e ninguém é responsável”, foi assim que António Mendonça, residente no Monte, reagiu poucos momentos depois da queda de galhos, um deles de grande porte, no Largo da Fonte, junto ao Café do Parque, onde se encontravam algumas pessoas e que só por milagre não foram atingidas.
Os galhos tombaram de uma das árvores que ali se encontram e que tornam aquele largo com caraterísticas únicas, visitado por inúmeros turistas. Só que aquele popular, que tem uma residência próximo ao local, está apreensivo com o que aconteceu e diz que “infelizmente, não é a primeira vez que isto acontece, uma vez que ao longo dos anos há episódios de queda de galhos para o Largo da Fonte, inclusivé um deles já caíu em minha casa, mas a Câmara, quer com a vereação atual quer com a anterior, não se compromete com a solução do problema e adia uma decisão que vise resolver o problema de uma vez por todas, dando segurança aos residentes, mas também aos muitos visitantes que diariamente estão no Monte”.
Com o forte vento que se fez sentir na Região, durante o dia de hoje, a população temia o pior. Não foi o pior que aconteceu, mas deu-se efetivamente a queda de vários galhos, pelas 13.40 horas, caindo na zona periférica ao Café do Parque, um espaço que ali existe e onde habitualmente há movimento, sendo o Largo da Fonte um local de referência para quem visita, por motivos religiosos, de devoção da Nossa Senhora do Monte, ou por mero lazer, desfrutando das belezas naturais que a freguesia oferece.
António Mendonça recorda que “há uns trinta anos caíu uma árvore no Café do Parque e há cerca de 14 caíu um galho grande que destruíu parte da varanda. Em agosto passado, caíu outro galho dentro de casa e o cúmulo dos cúmulos é que há aqui uma árvore, que estava na iminência de cair, mas que foi presa por dois cabos de aço, que correm o risco de rebentar e, então sim, se isso acontecer, poderá resultar numa tragédia se apanhar alguém”.
O popular critica o posicionamento das entidades e diz que “o que se passa no Monte pode ser equiparado ao que aconteceu com a Palmeira do Porto Santo. Poderão chegar tarde e ter que lamentar maiores consequências desta inércia”.
António Mendonça diz que “a Câmara faz algumas limpezas, uma delas aconteceu a pedido da junta de freguesia. Podaram a vista da junta mas o resto ficou na mesma. Isto não pode acontecer, é preciso atuar e dar segurança às pessoas”, reforça desalentado em função da atitude de “quem devia ter uma outra atitude, mais interventiva”.
Ontem, alguns trabalhadores da CMF, que procediam a limpeza de outras zonas, isolaram a zona afetada com fita para impedir a passagem de pessoas até que os seviços procedessem à remoção dos galhos.
