Esta juventude problemática que também é nossa

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Admiro e prezo toda e qualquer reação ao que escrevo, mas desta vez estou mesmo zangado! Perdoem-me, mas foi o que me saiu…
Não é possível assistir passivamente ao que acontece ao nosso lado, mesmo ali ou deveria talvez dizer mesmo aqui … e ficar impávido!
Sou, eventualmente, um, ao lado de muitos, que tem uma vida tão ocupada, que vive no seu mundo, cada vez mais seu, e que não tem tempo para se aperceber do que se passa na casa ao lado, no bairro ao lado, em todo o caso talvez aqui mesmo ao lado!
Com a velocidade de comunicação atual, tudo nos chega com uma rapidez incómoda, de tal forma que não podemos deixar de agir! Mas como? Se vi aquilo que se passou ao pé de mim, que pensei que se vou intervir, o meu mundo será devassado, este mundo muito meu e não quero isso! Que ajam as autoridades, pensamos nós, até porque a elas compete resolver o problema e  até porque não quero ficar preso a uma cumplicidade incómoda, que me fará perder, na melhor das hipóteses, uns dias de trabalho não justificado se tiver que ir testemunhar, arriscando assim vir a acarretar mais problemas para o meu mundo muito meu! Já me basta o meu mundinho!
Na realidade, não mais consigo ficar passivo, quando leio, vejo e ouço sobre putos irresponsáveis e ineptos, chamemos-lhes jovens adolescentes problemáticos, que agem e reagem cobardemente e sem coração, sem qualquer indício de um mínimo de civismo, que pensam que o grupo desresponsabiliza o ego (não fui só seu!) sentindo-se a coberto de uma isenção que a sociedade lhes outorga só pelo fato de serem menores! E a lei os protege…
Os tempos mudaram e não se pode mais assobiar para o lado porque estes casos se multiplicam!
Estes jovens já não são tão inocentes e não podem ser sistematicamente desresponsabilizados pelo que fazem! Em grupo ou sós!
Não posso deixar de pensar nos respetivos encarregados de educação: estarão eles aptos a conduzir a educação destes pequenos “monstros” que, por lei, não são ainda considerados criminosos, embora, na prática, nada os distinga, pelos atos cometidos, dos seus pares mais velhos!
Em alguns casos, eventualmente terão sido “iguais” a eles! Refiro-me a alguns encarregados ou pais. Mas, acredito, não serão todos assim. A muitos ter-lhes-á faltado tempo ou formação para exercer uma ação corretiva efetiva e eficaz, não só porque, eventualmente, terão tido um passado parecido. Estarei errado, ao fazer este raciocínio? Provavelmente! Dir-me-ão muitos dos que me lêem! Para mim, quando, jovens ou menos jovens, ultrapassam a linha, são já e devem ser tratados realmente como verdadeiros criminosos…
Lamento! É a minha pura convicção, e devíamos adaptar as leis, quanto a mim, obsoletas nesta matéria. Lembram-se, porventura, daquele caso no Reino Unido em que dois miúdos com cerca de dez anos assassinaram cruelmente um terceiro da mesma idade? E o veredicto dos juízes que os condenaram? Concordo!
Volto a lamentar, mas não consigo ouvir alguns psicólogos que, omitindo ou evitando a sua opinião sobre este problema gravíssimo de como “castigar” ou, digamos, não deixar impunes estes jovens sem coração nem, ou  talvez, rumo, se limitam a enunciar as fraquezas das nossas sociedades em acolher esta juventude doente! Isso só lhes dá força e os descriminaliza!
Opto por defender o princípio de castigar e, simultaneamenre, educar essa juventude sem rumo ou desviada, a contribuir para um futuro melhor para a sua “espécie”, à partida com instintos criminais, desintegrados e anormais. É claro que não me refiro a todos quantos, estou em crer, constituem ainda a maioria da nossa sociedade madeirense e mesmo portuguesa ou europeia.
Mas há que agir e reagir e, neste último caso, todos juntos no sentido e com o intuito de salvar o que ainda possa ser salvo dessa nossa juventude desviada, proporcionando-lhes um futuro em que acreditem e os torne melhores.
A juventude é a imagem e o futuro da nossa Região e do nosso País!
Bem haja!