Fotos: Rui Marote
O Funchal Notícias fez uma nova ronda pela cidade, procurando analisar as iluminações e decorações de Natal e compará-las com as de anos anteriores. E também verificar o que entretanto foi acrescentado, já mais tardiamente. A nossa reportagem chegou a uma conclusão: a contribuição dos hotéis do Funchal para o embelezamento da cidade no Natal de 2016 é quase nulo.
Esta situação dificilmente se compreende: o desinvestimento da hotelaria nos enfeites e iluminações característicos desta quadra, ainda por cima num ano que a Secretaria Regional da Economia, Turismo e Cultura tem repetidamente sublinhado como o melhor de sempre para o turismo da Região, não faz sentido. Ao percorrer a urbe funchalense, verificámos que a fachada da quase totalidade das unidades hoteleiras pelas quais passámos, em plena zona turística, se encontra ou quase às escuras, ou iluminada apenas do modo habitual. Em certos casos, há hotéis que acrescentam umas pequenas estrelinhas ou alguma decoração no hall. No entanto, no exterior, as luzes natalinas são quase inexistentes.
Até o emblemático Reid’s, um hotel de fama internacional e considerado de referência, apresenta uma entrada e uma fachada que são uma verdadeira tristeza. O mesmo no Carlton, um hotel que costumava estar iluminado, e bem assim outros da mesma estirpe. A honrosa excepção com que deparámos foi o Royal Savoy, que apostou forte na decoração da sua entrada, fortemente iluminada e dotada dum verdadeiro ar festivo.
Nesta fotoreportagem, mostramos ainda o modo como, na zona turística a partir da Ponte do Ribeiro Seco e pela Estrada Monumental afora, a iluminação vai progressivamente perdendo qualidade. Como já dissemos anteriormente, não basta o facto de já não se utilizarem as grandes e fortemente brilhantes lâmpadas do antigamente, para se optar por umas pequeninas lâmpadas tipo gambiarra; ainda se procederam a curiosas misturas, fazendo com que uma árvore maioritariamente verde acabe por ter pequenos “enxertos” de cor encarnada, como se de uma outra espécie “vegetal” se tratasse, ou azul no meio do verde, e por aí adiante… Parece que faltaram lâmpadas da cor apropriada, e que se complementou o restante de qualquer forma, o que provoca um efeito algo hilariante no observador.
Melhor teria sido, então, a opção de misturar lâmpadas de todas as cores na mesma árvore, como se fez no Largo da Cruz Vermelha, numa miscelânea que até resulta bastante bem.
Repare-se que a nossa apreciação crítica não tem intenções de puro bota-abaixo nem de denegrir a beleza das iluminações natalícias da cidade do Funchal. Há aspectos verdadeiramente dignos de nota: a iluminação, com luzes “brancas”, das estradas que serpenteiam pelo anfiteatro funchalense está bem bonita, e até parece ter enriquecido este ano. Por outro lado, os pinheiros iluminados das praças CR7 e do Povo estão muito bem conseguidos e convoca, verdadeiramente, um legítimo espírito de Natal.
Também foram acrescentadas iluminações que não estiveram prontas no dia 1 de Dezembro, dada em que o Secretário Regional do Turismo, Eduardo Jesus, afirmou que as iluminações estariam totalmente concluídas. Todavia, mais vale um pouco mais tarde que nunca, e a iluminação da Ribeira de João Gomes e da zona do Mercado dos Lavradores, por exemplo, veio acrescentar bastante valor ao efeito geral. A Rua Fernão de Ornelas também está bonita, bem como efeito no Largo do Phelps, no Largo do Município, na Avenida Zarco, na Rua João de Deus e noutras paragens da urbe foi plenamente alcançado.
Porém, há outras zonas que se apresentam bastante escuras, e onde não se aproveitou a oportunidade para criar efeitos luminosos que até não seriam difíceis de criar, gerando grande animação. Na Estrada Monumental, para lá do Fórum Madeira, não se aproveitou para iluminar palmeiras situadas a meio da artéria, e que proporcionariam grande beleza para ambos os lados da rua, se envoltas em luzes. A rotunda do Lido, onde costumava estar uma grande árvore de Natal, também se apresenta completamente escura e despida… e, mais uma vez, encontra-se em plena zona turística e hoteleira, não se compreendendo como é que as unidades que recebem os turistas não se esforçam por dar um contributo que pudesse juntar-se, de forma eficiente e criativa, ao realizado pelas entidades públicas, para cativar ainda mais o visitante com as decorações alusivas à Festa.
Outras artérias centrais do Funchal também vieram beneficiar da instalação ligeiramente mais tardia de iluminações, entre as quais várias ruas da zona histórica de São Pedro. Na zona turística, regista-se com agrado a iluminação a que se procedeu, entretanto, da Ponte do Ribeiro Seco, zona essencial de passagem, e que também não estava concluída a 1 de Dezembro. Embora sem o brilhantismo de outros anos, aquela área está, apesar de tudo, devidamente assinalada.
Enfim, deixamos aqui, nesta fotoreportagem que realizámos ao longo da cidade, as imagens que colhemos, algumas carregadas de cor e de verdadeiro espírito da época, outras bem mais fracas e caracterizadas pelo vazio. Como sempre, será o leitor o derradeiro juiz.