A imagem é dura. O sonho, afinal, não está ao alcance de todos. Mesmo que simples e básico, como ter um teto e uma cama.
Entre a frágil promessa de felicidade e a implacável frieza do chão, a cena revela-nos os absurdos de uma sociedade cada vez mais desigual e marcada por extremos difíceis de compreender e justificar.
Enquanto o mundo se subjuga aos pés de uma elite que se refugia em paraísos dourados, muitos há que ainda não conseguiram levantar a cabeça das trevas nem garantir a sua dignidade. E aqui bem perto.
Contrassensos dolorosos do Homem contemporâneo, acicatados por uma cultura do lucro e do individualismo.
Apesar da técnica e do conhecimento, da riqueza e da sofisticação, a humanidade permanece, em muitos aspetos, presa nos coliseus da indiferença e da pobreza de valores.