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Há algumas novidades no Plano Nacional de Vacinação, com destaque para a BCG , dada até agora a todas as crianças ainda na maternidade. Em 2017 esta vacina será apenas administrada a crianças em comunidades de risco, onde a circulação do bacilo tende a ser mais frequente.
Esta vacina protege-nos contra a tuberculose, uma doença infecciosa causada pelo bacilo de Koch, que ataca sobretudo os pulmões, mas também pode afetar outros órgãos.
- provenientes de países com muitos casos de tuberculose;
- vivam ou convivam com portadores de infeção VIH/SIDA, dependentes de álcool ou de drogas;
- que pertençam a comunidades com risco elevado de tuberculose. Estas comunidades são identificadas ao nível local pelas Unidades de Saúde Pública;
- que vão viajar para países com muitos casos de tuberculose. Essa decisão só pode ser tomada no âmbito das Consultas do Viajante. Por isso, se está a pensar viajar, marque esta consulta. Angola, Brasil, África do Sul e Rússia, por exemplo, são países onde a tuberculose está muito presente.
Esta é a recomendação da Organização Mundial de Saúde, tendo em conta a baixa incidência de tuberculose no País, o bom nível de cuidados de saúde e o controlo da doença na comunidade. A maioria dos casos notificados pertence a grupos de risco e a vacinação universal não tem ganhos para a saúde pública.
Para que serve a vacina BCG?
Protege contra as formas graves de tuberculose, uma doença grave provocada por uma bactéria que afeta os pulmões e outras partes do corpo, como os rins, ossos e articulações. A vacina que será distribuída às crianças de risco pode ser administrada na mesma altura em que se administram outras vacinas do Programa Nacional de Vacinação.
O Programa Nacional de Vacinação infantil é cumprido quase à risca e tem-se revelado eficaz, segundo a Direção-Geral da Saúde. Portugal é um dos países com maior número de vacinas administradas, sobretudo em crianças. Para os adultos, o Programa Nacional de Vacinação apenas prevê a vacina contra o tétano, de 10 em 10 anos.
De vez em quando, surgem grupos de pressão antivacinas em alguns países, devido ao receio dos efeitos adversos. Na última década, reapareceram surtos de sarampo em crianças, por exemplo, nos EUA e no Reino Unido. As autoridades de saúde locais relacionaram o fenómeno com a recusa dos pais em vacinar os filhos, por acreditarem que poderia causar autismo. Um estudo científico recente rejeita a existência de ligação entre o autismo e a vacina contra o sarampo, a papeira e a rubéola, de acordo com um artigo publicado no Journal of the American Medical Association.
Optar pela vacinação é uma decisão individual com peso na sociedade. Vacinar a maioria da população cria imunidade de grupo: caso surja uma infeção, é mais difícil transmiti-la. Tal permite eliminar ou, pelo menos, controlar doenças. Quando poucos estão imunizados (vacinados), as doenças contagiosas espalham-se facilmente pela população.
Atenção a reações adversas
Todas as vacinas podem provocar efeitos secundários. A maioria das vezes, trata-se de sintomas muito ligeiros, como inchaço no local da injeção, vermelhidão e febre. A solução passa por aplicar gelo e, se necessário, tomar um analgésico.
As reações severas são muito raras e constituem uma emergência médica. Podem manifestar-se através de inchaço do rosto, dificuldade em respirar, pressão arterial baixa, prostração, arritmia e perda de consciência. Face a estes sintomas, marque o 112 ou dirija-se às urgências hospitalares.
Só as vacinas com vírus vivos atenuados, como a BCG, podem causar alguma forma de doença, embora a probabilidade seja muito baixa. As inativadas contêm uma versão morta do organismo, pelo que são inofensivas. A imunização antigripal é um exemplo.
Além das alterações na administração da BCG, as principais novidades no Plano Nacional de Vacinação:
- as grávidas terão acesso à vacina da tosse convulsa para poderem transmitir a imunidade aos filhos, deixando-os protegidos entre o nascimento e a administração da primeira dose, a partir dos 2 anos. O objetivo é acabar com o período sem imunidade, que matou sete bebés entre 2012 e 2015.
- A vacina contra o Vírus do Papiloma Vírus Humano (HPV) passará a atuar sobre nove genótipos, ou seja, mais do dobro dos que agora estão incluídos e em idade mais precoce. A vacinação passa a ser feita aos 10 anos e não entre os 10 e os 13.
- Aos dois e aos seis meses de idade as crianças serão picadas apenas uma vez e protegidas contra a hepatite B, meningite B, difteria, tétano, tosse convulsa e poliomielite, todas juntas numa vacina hexavalente.
- A vacina do tétano vai garantir proteção durante o dobro do tempo atual, ou seja, ao longo de 20 anos. Para permitir memorizar melhor o esquema vacinal, todas as crianças passam a ser vacinadas, além dos primeiros meses, sempre aos cinco e aos 10, permitindo aos pais reduzirem possíveis esquecimentos. A primeira renovação deve acontecer aos 25 anos e daí em diante a cada 20 anos até aos 65. Depois passa a ser de 10 em 10 anos.
Fonte: DECO