Marcelo salientou nas Selvagens a “grande riqueza que é o mar”

Fotos: LR

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Marcelo desembarcou descontraído do helicóptero Merlin que o trouxe à Selvagem Grande…

Recuperar para Portugal a tradição marítima, por motivos históricos, políticos, económicos e geoestratégicos é um desiderato de Marcelo Rebelo de Sousa, anunciado durante a visita que ontem efectuou às ilhas Selvagens. As ilhas têm estado na base de um diferendo de carácter territorial com Espanha desde há longa data, e presidentes anteriores da República Portuguesa fizeram questão de as visitar, para afirmar ali a lusitanidade.

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Marcelo vai na senda dos mesmos, desde Mário Soares a Cavaco Silva, e esta sua visita constitui mais um marco da reivindicação lusa àquelas ilhas e suas águas, contra as pretensões estrangeiras.

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Aterragem perfeita, digna de um presidente…

“Todos os presidentes que me antecederam e que cá vieram, em momentos muito diferentes e em circunstâncias diferentes, quando não havia Internet, nem capacidade de controlo por radar, nem havia estas estruturas que agora estão instaladas, foram pioneiros, e percursores” dessa mesma afirmação, explicou.

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Talvez mesmo a natureza tenha mudado, aventou o presidente , em relação a anos anteriores, mais recuados, “porque houve a preocupação de regressar às espécies originárias”, enquanto que noutros tempos se calhar até existiam nas Selvagens espécies que não eram endémicas. Mas, sublinhou, a atitude do Estado português face às Selvagens tem sido sempre a mesma, e nela em havido uma continuidade do Estado. “As pessoas mudam mas as instituições continuam. Os estilos presidenciais são diferentes, mas a continuidade da função lá está”.

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Miguel Albuquerque acompanhou Marcelo no percurso descendente até á casa dos Vigilantes da Natureza. O ornitólogo Francis Zino também viajou para a sua casa naquelas paragens, na fragata D. Francisco de Almeida

Por outro lado, Marcelo, respondendo a questões dos jornalistas, fez questão de deixar claro que estas suas visitas sucessivas à Madeira nos últimos tempos se inscrevem numa estratégia de proximidade, e que o que tem para fazer, pretende fazê-lo já neste mandato não está à espera dum hipotético segundo mandato para concretizar nada.

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Os vigilantes da natureza tiveram direito a um reconhecimento especial…

“Tudo o que deve ser feito deve ser feito agora”, considerou. E nas Selvagens, enfatizou, está muita coisa em causa, nomeadamente a protecção da natureza; as investigações científicas, inclusive militares, já que as Forças Armadas têm ali em curso um estudo bacteriológico; a capacidade de controlo duma área marítima muito vasta; a visão do nosso país em relação à sua Zona Económica Exclusiva e à sua plataforma continental.

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Marcelo assinou o livro de honra

“São muitas coisas, que eu admito que no principio da democracia não eram prioritárias”, disse. Havia na altura outras prioridades de consolidação da democracia portuguesa, antes de se chegar às presentes considerações de natureza geoestratégica, ambientalista e ecológica.
“Estamos agora, em cheio, aí; e é bom que nesta nova fase, na sequência das visitas de anteriores presidentes, que vieram, no fundo, anunciar estas intenções, que eu esteja agora aqui presente”.

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Sempre activo, o presidente desdobrou-se em cumprimentos, apreciações e conversas com entidades e com os jornalistas
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Assistiu também a um briefing sobre pesquisas biológicas militares sobre agentes patogénicos e sobre o Parque Natural. O edil funchalense também esteve presente.

O actual presidente da República sublinhou, por outro lado, a ideia, a importância do mar, salientada por Cavaco Silva mas também por Mário Soares, referiu , “para ser justo”.
Mário Soares, referiu, bateu-se por isso, “mas de facto Cavaco Silva fez disso uma das grandes bandeiras dos seus mandatos. E fez muito bem”, declarou. “Nem sempre em Portugal nos lembramos dessa grande riqueza que é o mar. É uma parte dessa riqueza já não é aquilo que poderia ser. Há que controlá-la, e preservá-la para o futuro”, defendeu.

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Os governos, por seu turno, disse, começam a perceber isso, apostando crescentemente em estratégias do mar e em realizar iniciativas internacionais nesse sentido.

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…enviou cartas do posto de correios das Selvagens

Marcelo, que viajou no helicóptero Merlin para as Selvagens, juntando –se à comitiva que viajou a bordo da fragata NRP D. Francisco de Almeida, assistiu, divertido e complacente, ao descontraído mergulho que o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, realizou nas límpidas águas.

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Albuquerque ainda o desafiou, mas o presidente ficou-se pelo almoço e pelo descanso à sombra, depois dos briefings dos militares e dos que o introduziram aos temas ambientais em causa.

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Ainda viu Paulo Oliveira, director do Parque Natural, pegar numa cagarra para lhe mostrar como as aves ali nidificam. Mostrou-se, como sempre, descontraído e bem disposto.

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Enviou postais do posto de correios das Selvagens e ficou a par, in loco, das mais recentes competências da Polícia Marítima naquelas ilhas do arquipélago da Madeira, mas distantes do Funchal.

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Marcelo inteirou-se das competências da Polícia Marítima na área e foi acompanhado pelo chefe nacional da mesma.
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Os fuzileiros e a Polícia Marítima desembarcaram as entidades da comitiva da fragata
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Boa disposição constante num dia de sol e calor…
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Ao pôr-do-sol, a fragata D. Francisco de Almeida regressou ao Funchal.

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