Fotos: Rui Marote e Luís Rocha
Marcelo Rebelo de Sousa acaba de visitar, há pouco, a zona histórica de São Pedro no Funchal. Vindo da Cancela, onde esteve com pessoas que foram realojadas depois de perderem as suas casas nos incêndios recentes, o presidente da República desceu ao centro do Funchal para, na companhia do edil Paulo Cafôfo, percorrer aquela área atingida pelos fogos.
O presidente admirou-se da dimensão dos estragos e da antiguidade dos prédios que foram consumidos pelas chamas, ouviu as explicações de Paulo Cafôfo e do arquitecto Paulo David (incumbido pelo autarca de encetar planos para a reconstrução e de coordenar o novo ‘Gabinete da Cidade’, com o também arquitecto João Favila), do comandante dos sapadores bombeiros do Porto que estiveram a verificar a segurança dos prédios e prosseguiu na direcção da zona da Igreja de São Pedro, observando o estado do edifício onde funcionava a antiga confeitaria ‘Felisberta’ e visitando a igreja, cuja beleza também o impressionou.
No estilo que lhe é próprio e que marca uma profunda diferença do seu antecessor, o presidente da República esteve num café na esquina com a Rua da Mouraria, conversou com o proprietário, tirou fotografias e até passou para o lado de trás do balcão. Aquelas ruas, habitualmente desertas a esta hora, rapidamente atraíram vários curiosos, interessados em acompanhar a passagem do mais alto magistrado da Nação e em interagir com ele. E não tiveram razão para queixas, já que, apesar da apertada segurança, Marcelo a todos cumprimentou, abraçou, dirigiu palavras simpáticas e de incentivo, além de algumas graças, e demonstrou porque é tão querido dos ‘media’: a sua descontracção, embora cercado de polícias e personalidades civis e militares, é enorme e exerce-a sem qualquer esforço.
Cedo, quando tal oportunidade surgiu, apareceram algumas das suas admiradoras femininas, que fizeram questão de tirar uma foto “com o meu querido presidente”. E não faltaram também homens a cercá-lo e a querer apertar-lhe a mão.
A Paulo David, o presidente comentou que é “hercúlea” a tarefa de divisar uma possível reconstrução para a área. Quando Cafôfo lhe disse que o masterplan para a área estará pronto até ao final deste ano, admirou-se da rapidez, e recomendou a necessidade de discussão pública. O presidente da Câmara do Funchal tranquilizou-o garantindo que essa auscultação será cumprida.
O arquitecto madeirense responsável pela construção do Centro das Artes na Calheta afirmou que está a tentar envolver na criação de possíveis soluções a Universidade de São Paulo e a escola do Politécnico de Milão.
“Espero que as universidades portuguesas possam pôr também o Funchal como tema de estudo (…)”, referiu. “O Funchal foi a primeira experiência dos portugueses na expansão, e queremos refundar essa ideia”.