Por incrível que pareça e tal como o tem reflectido a comunicação social, apesar dos gravíssimos incêndios que afectaram recentemente a Madeira, ainda há quem não se importe de efectuar queimadas de lixo ou de atirar aos ares fogo de artifício, neste difícil Verão que atravessamos. Foi o caso com o restaurante instalado na Fortaleza de São Tiago, na zona velha da cidade do Funchal, que não se coibiu de lançar fogo de estalo e de artifício numa festa que decorria naquele local, situado dentro dos muros do forte.
A situação foi denunciada à Polícia e nas redes sociais pelo arqueólogo madeirense Daniel Sousa, que escreveu na sua página no Facebook, descrevendo o acontecimento, “Esta situação ocorreu às 0h32 de hoje [dia 21] quando estão proibidas quaisquer manifestações de fogo pirotécnico. Assim, tomei a liberdade de denunciar via telefone à PSP, para a normativa ocorrência e consequência! Esta gente continua a brincar com o fogo em pleno centro histórico…”, criticou aquele pesquisador.
Outros apontaram-lhe que a referida proibição só estaria em vigor até 15 de Agosto, mas o arqueólogo contrapôs questionando se foram, efectivamente, realizadas as devidas licenças para o lançamento, e se o restaurante tinha plano de segurança em caso de deflagrar qualquer tipo de combustão, deixando ainda a pergunta no ar: “Responsabilizam-se por qualquer incidente e/ou dano no Monumento e área classificada?”
O arqueólogo apontou ainda que no arraial do Monte tais manifestações pirotécnicas foram proibidas.
O FN não toma partidos nesta questão, a não a ser o da segurança dos bens e dos cidadãos. E de facto, seria de bom senso, quando o Funchal e outras áreas da Madeira sofreram tanto com os incêndios e houve mortes e imensos desalojados – numa altura, enfim, em que as pessoas ainda estão com os nervos à flor da pele – que todos se abstivessem de pirotecnias…