Eurodeputado Miguel Viegas promete pressionar UE para apoios à Madeira

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Fotos Rui Marote

Miguel Viegas, eurodeputado do PCP, andou ontem a visitar as áreas afectadas pelos fogos na Madeira, após o que, numa conferência de imprensa na sede do PCP à Rua João de Deus, salientou o esforço e a dedicação das corporações de bombeiros no combate aos fogos e sublinhou, em consonância com o PCP-Madeira, que importa reconhecer a escassez de meios, “que deixaram inúmeras localidades sem qualquer apoio”.

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“O arquipélago da Madeira tem necessidade de reforçar os seus meios de combate aos incêndios com mais operacionais e com mais e melhores equipamentos, incluindo meios aéreos cuja operacionalidade deve ser objecto de estudos aprofundados”.

O eurodeputado, curiosamente, falava acompanhado do líder comunista regional, Edgar Silva, numa sala onde estava patente, por coincidência, uma exposição temporária que retratava, precisamente, o triste resultado dos incêndios de 2010, temática que esteve em debate na sede do PCP. “Passados estes anos, fogos ainda piores continuam a ser vivenciados por todos nós”, lamentou Edgar Silva.

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Miguel Viegas lamentou, na sua intervenção, o desfasamento entre os sacrifícios que a União Europeia pede aos portugueses e as ajudas que entretanto tem facultado a Portugal no âmbito dos incêndios florestais: tão lesta em chantagear o nosso país devido aos constrangimentos orçamentais, deixa muito a desejar em relação ao apoio em situações de crise, referiu. No seu entender, a UE tem agora uma oportunidade de ajudar Portugal, abrindo uma excepção relativamente ao défice, à semelhança do que fez com a Grécia e a Itália por causa da crise dos refugiados.

O parlamentar visitou as freguesias do Monte, Santa Luzia, Imaculado e Santo António. “Assim pude confirmar a amplitude da catástrofe que se abateu sobre esta ilha, nestes últimos dias. E de facto é uma catástrofe de grande amplitude, e que implica a mobilização de toda a ajuda necessária para acudir aos problemas que afectam hoje uma parte significativa da população do concelho”, considerou.

A habitação é uma preocupação essencial: “Há muitas pessoas que ficaram desalojadas e que têm de ser realojadas em condições dignas”.

Outra questão essencial, alertou, é a existência de um conjunto de escarpas de grande instabilidade. “Nós tivemos oportunidade de ver inúmeros locais onde a chuva poderá causar a avalanche de pedras, de terrenos, de lama, num terreno que está absolutamente instável e que precisa de consolidação”, referiu Miguel Viegas, que quer fazer “tudo o que estiver ao alcance” no parlamento europeu para mobilizar fundos europeus. “Há um conjunto de instrumentos que existem”, declarou, “embora nós não tenhamos aqui grandes ilusões, porque estes fundos estão secos, não têm no fundo grande margem”. Prometeu, no entanto, “pressionar junto da Comissão Europeia” no sentido de virem ajudas importantes para a reconstrução.

Relativamente à aplicação de meios aéreos na RAM, o orador referiu que “esta é uma questão que tem de ser colocada novamente em cima da mesa”. Em seu entender, poderiam ser utilizados. “Não compreendemos como não é possível utilizar estes meios aéreos aqui na ilha da Madeira”, apontou.