Carmelitas de luto: funeral do Padre Cecílio é este sábado

funeral
Padre Cecílio.

O funeral do padre Cecílio (Félix Astondoa Gortázar), membro da comunidade dos Padres Carmelitas no Funchal e que faleceu nesta quinta feira aos 100 anos de idade, será no próximo sábado, dia 6, com a eucaristia das exéquias pelas 10h00, na igreja do Carmo, presidida por D. António Carrilho, seguindo-se o cortejo fúnebre para o cemitério de São Martinho.
Entretanto, o corpo do padre Cecílio encontra-se em Câmara ardente no salão anexo à sacristia até às 17h30 de amanhã; depois passará para a Igreja, para ser celebrada a eucaristia às 18h30, presidida pelo Padre Provincial dos Carmelitas, Pe. Joaquim Teixeira. Manter-se-á na Igreja até ao dia seguinte, havendo oração de Laudes pelas 08h00.
O padre Cecílio era espanhol, nasceu a 20 de novembro de 1915, sendo o primeiro de seis irmãos do casal Silvestra Gortázar e Francisco Astondoa. Aos 11 anos, no dia de 17 de agosto de 1927, entrou no seminário carmelita de Larrea-Amorebieta (Vizcaya) da Província de S. Joaquim de Navarra.
Terminados os estudos preparatórios, ingressou no noviciado do convento de Larrea a 3 julho de 1931, onde fez a Profissão Simples a 7 de julho de 1932 e a Profissão solene a 8 de Setembro de 1940, em Markina.
De Larrea foi para o “professorado” em Markina, e dali foi enviado para o Mónaco como organista onde frequentou também o 1.º ano de filosofia (1933-34). De 1934-1936 estudou em Vitória, terminando o curso de teologia em Markina (1938-42). Recebeu as ordens menores a 26 de setembro de 1940, o Subdiaconado a 29 de setembro de 1940, o diaconado a 1 de novembro de 1940 e a ordenação sacerdotal a 31 de agosto de 1941. Frequentava os 2º e 3º anos de filosofia e o 1.º de Teologia no Convento de Vitória, ocupado pelas forças de Franco na Guerra de Espanha, quando foi chamado para o serviço militar, sendo-lhe reservado o ofício de carteiro. Terminado este ofício, acolhe o de professor e organista em Vila Franca de Navarra (1942-43), e em Corella (1943-44). Entretanto, aproveita para estudar inglês na Irlanda.
O próximo destino é Portugal. E por cá, na fundação de Aveiro (1944-1954), exerce os ofícios de organista, e de professor de Inglês e francês. Também em Viana do Castelo fez parte da 1ª Comunidade no Seminário carmelita daquela cidade minhota, como professor de inglês, francês, música e organista.
Mais tarde foi conventual de Avessadas (1970), lecionando no seminário menor francês e música. Nesta aldeia do Marco de Canaveses, dedicava-se também a atender em confissão e direção espiritual a todos os que ali ocorriam, e era conhecido como o “Pe. santinho”.
Depois de ter servido esta comunidade, parte para Paço de Arcos, onde volta a ser colaborador e “carteiro” das Edições Carmelo, levando e trazendo encomendas.
Finalmente aterra no Funchal. E aqui esteve desde o ano 1988, dedicando-se ao atendimento espiritual e como organista-mor.
Em todas as Comunidades exerceu o cargo de organista, talvez um dos principais segredos da sua longevidade. Pois porque a música tranquiliza, pacífica, alimenta a alma, embeleza a vida, tem algo de eterno.