Organização do Festival Greenland nega burla e critica Câmara do Funchal

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O Festival de Música Greenland Madeira 2016 – que foi cancelado como o FN divulgou – continua a ter desenvolvimentos, suscitando mesmo reações díspares entre a organização e o público que comprou o bilhete para assistir a um espetáculo que não chegou a acontecer.

Segundo uma informação veiculada pela organização do próprio Festival, as razões que levaram ao malogro do evento são exteriores à própria organização que tece críticas a terceiros, nomeadamente à Câmara Municipal do Funchal.

Os dinamizadores rejeitam que tenha havido qualquer burla ou má fé para com o público, simplesmente assumem que falharam alguns espetos logísticos. Na página do Facebook Greenland, adiantam os motivos do cancelamento do espetáculo nestes termos: “O Festival sim, seria no Jardim Santa Luzia, estava toda a logística para o concretizar lá. Mas a Câmara Municipal do Funchal liga à organização e pede para alterarmos o local do evento, devido ao concerto dos “Deolinda”, enquadrado nas comemorações do 25 Abril. O som do nosso festival, “chocava” com o som do concerto deles”.

Mais acrescenta a organização, nas redes sociais: “Deram-nos [a CMF) apoio para alterarmos o dia do Festival, mas os artistas não podiam, estavam pagos para aquele dia. Já tinham agenda cheia, para o dia que a Câmara proporcionou, 21 de Maio, para realizarmos o Festival, no Parque Santa Catarina. O que acontece é que para a Câmara tudo seria fácil. Tudo é fácil. Mas nós perguntamos: e as viagens que já comprámos? A resposta é que é fácil alterar para outro dia…”

A organização revela que se desdobrou em contactos para solucionar o problema, duas semanas antes do evento,  e faz questão de esclarecer o “público Greenland” que sempre acreditou no Festival, inclusivamente “já com imensos bilhetes vendidos.”

Negociações difíceis com a CMF

Nova negociação com a Câmara do Funchal, fazendo ver que a agenda dos artistas não era compatível com outra data. Esta, segundo a organização, terá dito que não daria “licenças legais para a realização do evento, como ” licença do ruído “, ” alvará do espaço improvisado”, etc…”

O grupo de dinamizadores alega ter procurado sempre soluções em respeito para com o público e no sentido de manter a dignidade do Festival. Após vários lugares sondados, a solução  mais imediata e possível foi “mesmo o Tecnopolo. O Tecnopolo, que vale 4 mil euros. E aí está. Tivemos de arranjar 4 mil euros em 2 semanas, coisa que não é fácil. Tínhamos o cachet dos artistas orientados. Tínhamos tudo organizado com os valores de todos. O que acontece é que nos encostaram à parede. Tivemos de pagar 4 mil euros ao Tecnopolo, antes das portas se abrirem (…) Acreditamos no Greenland, pedimos para pagar depois e não foi possível, tivemos de pagar na hora. Sendo assim, os artistas ficaram sem cachet porque ao fim e ao cabo, tivemos de pagar novamente 4 mil. Ficámos encostados à parede, sem saber o que fazer. Os artistas não entraram em palco, porque faltou pagamento. Agora estamos sós. Com todas as criticas, dizendo que somos “gatunos” , “Burlões”, etc… “

Não houve detenção policial

O Staff Greenland reafirma que as responsabilidades do cancelamento deste evento ultrapassa-o. “A Madeira não tem culpa de ser Madeira”.

Os organizadores criticam as notícias vindas a público, alegando que não estão a transmitir a verdade dos factos. Às informações feitas chegar ao FN e divulgadas por este jornal on line no passado domingo, a organização esclarece que, não só não houve burla como o dinamizador Hélder Pereira nunca foi detido nem abordado pela polícia. As autoridades que lá estavam eram contratadas pelo Staff, alegam.

E os bilhetes vendidos?

Por fim, acrescentam na nota publicada no Facebook: “Nós nunca quisemos “roubar” ninguém, simplesmente quisemos fazer algo diferente, trazendo algo novo à ilha. Infelizmente, não fomos apoiados por ninguém. 20 mil? Viagens, artistas, hotel, palco, Tecnopolo, etc… Só quem organiza festivais, sabe o que é organizar um festival. É muita coisa em “jogo”. Mas nós, Greenland, vamos resolver esta situação. Não vamos desistir deste projecto e um dia, vamos conquistar a vossa confiança. A explicação é esta. Faltou logística, porque o Staff Greenland estava a resolver a situação, todos concentrados”.

Relativamente aos bilhetes vendidos ao público, têm vindo a público notícias contraditórias. Mas a organização garante que pretende ressarci-lo do valor cobrado para o espetáculo (10 euros).