Jogador brasileiro do Barça Adriano também usou a Madeira para não pagar impostos

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Foto barcablog.com

A Fazenda Pública espanhola acusa o jogador Adriano Correia de ter fugido ao fisco em mais de 700 mil euros.

Segundo noticia hoje o jornal espanhol ‘El País’, em 2010, após a sua transferência de Sevilha para o Barca, o jogador cedeu a uma empresa com sede na Madeira os seus direitos de imagem por dois milhões de euros.

O recurso à Madeira, criada por seus ex-assessores, permitiu-lhe evitar o pagamento de impostos entre 2011 e 2012.

Ainda segundo o ‘El País’, em outubro passado, a Agência Tributária espanhola concluiu que o lateral brasileiro cometeu fraude e transferiu o caso para o Procurador de Barcelona.

Agora, seis meses depois, o promotor público considera que há indícios de crime e apresentou uma queixa contra o jogador, que será formalizada nos próximos dias.

O ‘El País’ lembra que o caso de Adriano não é inédito pois os contornos do negócio são semelhantes a outros dois jogadores: Javier Mascherano -que aceitou um ano de prisão por fraude- e Xabi Alonso, que foi formalmente acusado no passado mês de Fevereiro.

As empresas a quem Adriano, Mascherano e Xabi Alonso cederam os direitos de imagem  tem sede no Funchal. No caso de Adriano num sala do Edifício Marina Club, à Avenida Arriaga.

 A investigação considera que se tratam de empresas-fantasma, sem nenhuma atividade real. A ‘Chacun’ tinha por gerentes cidadãos do Principado de Andorra.

A empresa usada por Adriano “Chacun a Sa Place -Comércio Internacional e Serviços, Sociedade Unipessoal Lda.” (o que, traduzido, significa Cada um no seu lugar) tem por objecto social comércio por grosso não especializado: “grossista de bens não perecíveis”.

Ainda segundo o ‘El País’, em 2010, o jogador brasileiro tinha o estatuto de expatriado e, nos termos da Lei Beckham, poderia não ter pago impostos por esses dois milhões de euros.

No entanto, lembra o jornal espanhol, a ‘Chacun a sa Place’ era uma empresa sem ativos e, portanto, sem possibilidades reais para pagar os direitos de imagem ao jogador.

O contrato inicial foi assinado diretamente entre Adriano e o  FC Barcelona. No entanto, o clube catalão pagava os montantes à ‘Chacun’.

Segundo o ‘El país’, quando soube que o Tesouro Espanhol estava a investigar o caso, o Barcelona decidiu regularizar a sua situação perante o fisco, alterando as declarações fiscais para efectuar as retenções que, na época, deveria ter aplicado ao brasileiro: 190.000 euros em 2011 e 450.000 em 2012.

Actualmente, todos os valores reclamados pelo Tesouro já estão liquidadas.