Presidente do Governo admite que seu nome possa surgir nos ‘Panama Papers’

O Presidente do Governo Regional da Madeira admite que o seu nome possa aparecer associado aos ‘Panama Papers’, no exercício da sua profissão enquanto advogado, tal como acontece com Tranquada Gomes, o Presidente da Assembleia Legislativa Regional.

(Foto Helena Mota)
(Foto Helena Mota)

Miguel Albuquerque, quando confrontado esta manhã pelo FN com a possibilidade de vir a ser mencionado na investigação jornalística sobre o mediático caso financeiro, mostrou-se cauteloso e não quis comprometer-se com uma posição mais assertiva.

“Que me lembre, nunca tive… Não sei, exerci advocacia durante muitos anos e, de forma outorgada, assumi milhares de procurações. Se vai aparecer o meu nome como advogado? É provável, não sei. Agora, uma coisa é o mandato judiciário, outra é o envolvimento pessoal. Um advogado é um representante da lei”.

O chefe do Executivo comentava assim, no final da sessão comemorativa do 42º aniversário do 25 abril, a segunda a que assiste depois de ter tomado posse, a questão do envolvimento de Tranquada Gomes e Miguel de Sousa, duas figuras de proa do PSD-M, partido que sustenta o governo, na investigação que está a decorrer no âmbito da praça financeira do Panamá.

Sobre o caso, Miguel Albuquerque assumiu uma posição de defesa concretamente em relação a Tranquada Gomes. “O seu nome aparece no âmbito do exercício enquanto advogado, a quem foram outorgadas procurações. Nada teve a ver com envolvimento pessoal em atos de gestão de negócios menos claros”, sublinhou o presidente do Governo Regional, para quem o importante, para além da opacidade e censurabilidade expectáveis em praças offshore, é saber se os titulares políticos, no exercício da sua profissão, cometeram algum ilícito. “E o que saiu até agora não se reporta a nenhum exercício de ilegalidade”.

miguel albuquerque tranquada gomes
(Foto Helena Mota)

Tranquada nega fraude

Uma posição reiterada pelo próprio visado. “Nada de ilícito, nem de falta de ética do ponto de vista da advocacia. Fraude zero”. O responsável pelo órgão máximo da Região reagiu assim às notícias que envolvem o seu nome aos “Panama Papers”.

O Presidente da Assembleia Legislativa Regional fez questão de clarificar, ainda durante a sessão comemorativa, os contornos em que o seu nome surge associado ao polémico caso internacional. Forneceu aos deputados cópias das procurações visadas no processo. “Notei que havia desinformação e não é possível andar com especulações”, sublinhou Tranquada Gomes, que decidiu partilhar os documentos onde, como advogado, terá representado clientes em operações financeiras em praças offshore em 1996 e 2005, para que os deputados “possam fazer a sua análise crítica”.

GR trabalha na concessão do CINM

Em relação ao Centro Internacional de Negócios e ao possível impacto que o escândalo de escala mundial poderá vir a ter na sua imagem e credibilidade, Miguel Albuquerque mostrou-se confiante. “O CIN tem regras claras e tudo está direito”, garantiu. Nada tem a ver com o offshore do Panamá”, garantiu. “Não há qualquer confusão.

Relativamente à concessão atribuída à Sociedade de Desenvolvimento da Madeira, a entidade que gere o CINM, o governante não quis adiantar pormenores. “Estamos a trabalhar nisso e depois será anunciado a seu tempo”.