Primeiro-ministro islandês demite-se por causa dos ‘Panama Papers’

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Regista-se já a primeira ‘baixa’ de relevo no caso dos ‘Papéis do Panamá’: o primeiro-ministro da Islândia, Sigmundur Gunnlaugsson, demitiu-se na sequência da divulgação da sua ligação ao escândalo das contas offshore.

De acordo com a BBC, os documentos da firma panamiana Mossack Fonseca que foram divulgados, demonstram que o governante e a sua esposa detinham uma companhia offshore, mas não a tinham declarado quando Gunnlaugsson entrou no parlamento. É, pois, acusado de esconder milhões de dólares de bens familiares.

O primeiro-ministro demissionário afirma que doou os bens à sua mulher e nega qualquer crime. É apenas uma de muitas figuras conhecidas internacionalmente ligadas a este escândalo, mencionadas nos 11 milhões e meio de documentos financeiros e legais que foram publicados no passado domingo, e que vêm sacudindo todo o mundo, com repercussões até ao Centro Internacional de Negócios da Madeira, acusado por alguns de operações pouco claras e cuja extinção foi hoje defendida por Catarina Martins, do Bloco de Esquerda.

Milhares de pessoas protestaram desde segunda-feira rente ao parlamento islandês na capital, Reykjavik.

Hoje de manhã, o primeiro-ministro islandês pediu ao presidente do parlamento, Ragnar Grimsson, para que o dissolvesse e convocasse eleições antecipadas. Um pedido que veio como uma total surpresa e foi visto por líderes partidários como “pouco racional”.

Entretanto, e perante a não anuência imediata do presidente do parlamento ao seu pedido, Gunnlaugsson demitiu-se.

Apesar da demissão, os partidos da oposição ainda querem eleições antecipadas na Islândia.