Ter ou não ter nome na placa não é inédito…

placa inauguração Lido
Rui Marote (texto e fotos)
A propósito das recentes polémicas em torno dos nomes inscritos na placa na recente “inauguração” do Lido, vamos recordar um episódio que na altura passou despercebido, quando o então primeiro-ministro Cavaco Silva esteve na Madeira, em 1992.
Alberto João Jartdim aproveitou, então, para realizar uma série de visitas, e a inauguração do viaduto do Porto Novo, parte da via rápida Funchal-Aeroporto.
Fizemos a cobertura dessa inauguração, e houve duas ocorrências que passaram despercebidas e que não tiveram eco dos órgãos de informação na devida altura.
Na placa que foi descerrada, não constava o nome de Cavaco Silva, mas somente o nome de Alberto João Jardim. Até hoje mantém-se no lado direito da entrada da ponte, no sentido Funchal-Aeroporto.
Estando próximo de Alberto João Jardim e de Cavaco, assisti a uma conversa entre ambas as ilustres personagens.
Cavaco pergunta: Dr. Jardim, antes qual era o percurso para o aeroporto? Assim interpelado, AJJ levantou o braço na direcção da ponte velha do Porto Novo, tendo ao fundo o estaleiro de betão do equipamento social.
Resposta imediata de Cavaco: Jardim, para onde vai com tanta pressa? Tive de me conter para não dar uma gargalhada…
O primeiro-ministro vivia longe da realidade madeirense. Quando cá chegava, tinha os batedores da PSP a abrir caminho.
Os madeirenses continuavam sujeitos a caminhos ‘de cabras’ e eram muitos que, ao chegar ao aeroporto, encontravam o ‘check in’ já encerrado, ou descobriam que o seu voo já tinha mesmo partido…
A antiga estrada, recorde-se, só permitia, em certos locais, espaço para passar um autocarro ou camião, obrigando a aguardar em caso de acidente ou de qualquer imprevisto.
Actualmente, faz-se do Lido notícia, a abrir telejornais e primeiras páginas de jornais. E faz-se grande alarido com o facto de se ter ou não ter nome na placa de uma remodelação do Lido, a que chamam inauguração…
O Lido já existe desde 1930, altura em que foi inaugurado. Cafôfo foi deselegante, sabendo que sucedeu a Miguel Albuquerque, que não teve oportunidade de restaurar o Lido, embora os projectos lhe tenham passado pelas mãos.
Conclusão: politiquices, para não chamar outros nomes…