Associação rebate críticas: Natação brilhou no Lido apesar dos atrasos e das medidas de segurança

(Foto CMF)
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A Associação de Natação da Madeira foi surpreendida, esta quarta-feira, com as alegações de um treinador de que os cerca de 350 nadadores convidados a participar na cerimónia do Lido foram “desprezados”. Mais um caso a marcar a já controversa inauguração.

Avelino Silva não conhecia até hoje de manhã qualquer queixa relacionada com a participação dos cerca de 350 atletas de natação na cerimónia que teve lugar terça-feira no Lido. Por isso, foi com surpresa que tomou conhecimento das críticas de Nuno Franco, treinador do CD Nacional, divulgadas numa coluna de opinião de um jornal madeirense.

Os reparos prendem-se sobretudo com os atrasos no protocolo da cerimónia de inauguração e com o facto de o grupo ter ficado a aguardar fora do complexo, “na rua”, enquanto decorria a cerimónia. Acontecimentos que desagradaram o técnico do Nacional, porque não tiveram em atenção o esforço e a paciência das três centenas de atletas, alguns bem jovens, que acabariam por esperar e desesperar junto à saída de emergência antes de serem autorizados a entrar e realizar as provas de natação para as quais haviam sido convidados. “Foi horrível a inauguração do Lido. Serviu para os políticos mostrarem as suas credenciais e ignorarem os nadadores que tinham sido convidados para fazerem parte da festa.”, acusou o referido técnico, para quem a falta de atenção assume contornos de desprezo.

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Avelino Silva, Associação de Natação da Madeira.

Confrontado com as críticas, Avelino Silva, da Associação de Natação da Madeira, a entidade que teve a seu cargo a organização do espetáculo desportivo realizado na piscina principal, mostrou-se surpreendido. Até porque o evento decorreu sem incidentes nem indícios de descontentamento. Pelo contrário, mereceu os aplausos dos presentes. A destoar, reconhece, apenas o atraso de meia hora na programação e o perímetro de segurança imposto pelo corpo policial afeto ao primeiro-ministro. Duas situações imprevistas que, na opinião do dirigente, não chegaram a beliscar o sucesso do espetáculo planeado.

Ao FN, Avelino Silva disse interpretar as palavras do técnico Nuno Franco como uma mera insatisfação perante condicionantes protocolares, algo a que a Associação foi alheia. “Está no seu direito em expressar opinião e compreendo a insatisfação de quem teve de coordenar a ansiedade normal de crianças e jovens que, mais do que discursos e cerimónias, estavam interessados em saltar para a piscina. Mas, para quem está habituado a protocolos e programas oficiais, já deverá saber as pressões e solicitações que envolvem o cumprimento de horários”.

(Foto CMF)
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O presidente da Associação de Natação mostrou-se satisfeito com o espetáculo apresentado pelos nadadores madeirenses e pela seleção nacional em natação sincronizada. Evento preparado ao pormenor junto da autarquia e em conjunto com os clubes.

“Tivemos reuniões técnicas com os clubes e uma vistoria ao local dois dias antes da inauguração de forma a definir horários e a preparar toda a logística. Para não sobrecarregar as crianças com o protocolo, sugerimos que chegassem mais tarde, pelas 15h30. Foram todos informados de que a atuação nunca aconteceria antes das 16h15. Não contávamos, porém, com o atraso nem com o facto de muitos atletas terem chegado com as famílias antecipadamente. A medida de afastamento do público da zona da piscina foi também inesperada, mas compreensível num dia em que a segurança era uma questão sensível”.

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Recorde-se que António Costa e Miguel Albuquerque chegaram ao complexo balnear por voltas das 15h30, com cerca de meia hora de atraso ao inicialmente previsto, depois do almoço na Quinta Vigia. A aguardá-los estavam o presidente da Câmara, Paulo Cafôfo, o corpo de honra dos Bombeiros Municipais do Funchal, individualidades e muitos curiosos. Mesmo assim, deu-se cumprimento ao protocolo. Seguiram-se as cerimónias de receção e de descerrar da placa comemorativa, a bênção, os contactos e os discursos oficiais. Seria só por volta das 16h15 que Emanuel Gonçalves, o nadador paralímpico, daria o mergulho inaugural na piscina principal, ao que se seguiram as atletas da seleção nacional em natação sincronizada. Seria no decurso desta atuação, por volta das 16h40, que os cerca de 350 nadadores pertencentes a vários clubes da Região entraram no recinto, junto às piscinas infantis, onde aguardaram vez a fim de cumprirem as provas de estafeta.

“Entramos e fizemos o que nos competia, enquanto os VIP’s se entretiam nos comes e bebes. Tarde muito mal passada e de péssimo exemplo para os nossos jovens que acordam às 5h da matina para treinarem às 6h e dignificarem a Região”, lamentou Nuno Franco.