CDS denuncia falta de bom senso na regulação da pesca lúdica

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O presidente do CDS-PP Madeira, António Lopes da Fonseca, esteve hoje na Avenida do Mar, em contacto com os pescadores à linha, para discutir a natureza da polémica proposta do Governo Regional, que será discutida na sessão plenária de amanhã, quarta-feira, no parlamento regional, proibindo a pesca lúdica, que, no entender do CDS, “irá prejudicar os milhares de desempregados que encontram na pesca uma forma de subsistência”.

Lopes da Fonseca acusou o Governo de ter começado uma cruzada contra os pescadores, quer os profissionais, quer os amadores. O CDS disse ter tido conhecimento de um projecto de decreto legislativo regional que visa a criação de parques marinhos e que pretende já nesse âmbito a proibição de pesca profissional.

Já quanto aos amadores, amanhã na Assembleia Regional será discutida uma proposta de decreto legislativo regional que interdita a pesca lúdica, o que, para Lopes da Fonseca, é absurdo. “Proibir que as pessoas, num acto isolado, possam lançar uma cana [com linha de pesca] ao mar na Madeira ou no Porto Santo”, não faz sentido, diz. Até um simples turista que queira pescar um bodião no Porto Santo, imaginemos, e deite um anzol ao mar, fica proibido de o fazer”.

Isto, na óptica dos centristas, é persecutório e uma perversão das práticas habituais na Madeira.

“No futuro, nós até teremos que pagar uma licença para virmos à orla marítima”, ironizou.

Por isso, o partido insurge-se contra a falta de bom senso destas propostas, quer relativamente aos parques marinhos, quer em relação à pesca lúdica.

“Um pescador que pesque um bodião não pode doá-lo a um restaurante ou instituição, ou vendê-lo”, denuncia.

O licenciamento da pesca obedece a uma série de requisitos, de acordo com este projecto, que vem inviabilizar, na prática, a pesca lúdica, diz o CDS. “Amanhã apelaremos ao Governo para que recue nesta proposta irrealista, que prevê coimas pesadas”.