Parlamento regional “aquece” com discussão da situação política nacional

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FOTO Rui Marote

O debate esteve “quente” na Assembleia Legislativa Regional esta manhã, no período de antes da ordem do dia. Com uma vasta agenda de assuntos para discutir, os deputados estão envolvidos numa discussão exaltada sobre a situação política a nível nacional, espoletada por uma intervenção de ‘despedida’ da parlamentar do PSD, Sara Madruga, na qual esta questionou a atitude do PS de António Costa e ainda dos partidos a que chamou  “de protesto”, como o Bloco de Esquerda e o PCP.

Para Sara Madruga, a coligação PSD-CDS ganhou inequivocamente as últimas eleições nacionais, com maioria relativa. Classificou as negociações de Costa com os partidos de esquerda como “uma busca desenfreada pelo poder” e acusou-o de não conseguir sequer reunir os socialistas à sua volta, quanto mais a Nação.

Tais afirmações, nas quais chegou a acusar a esquerda de “assaltar o poder”, geraram toda uma série de reacções dos deputados da esquerda no  Parlamento regional, a começar por Roberto Almada, que questionou, por sua vez, como vai o PSD defender os interesses da RAM, nomeadamente as circunstâncias da saúde, dívida da Região e possibilidade de baixar em 30 por cento os impostos que se pagam na Região, decorrentes do PAEF, tudo condições que os transformam em “portugueses de segunda”.

Manifestando que da sua parte os interesses da Região estarão sempre em primeiro lugar, Sara Madruga questionou por sua vez o BE sobre o posicionamento do partido relativamente a uma questão premente para a RAM: o Centro Internacional de Negócios da Madeira. Disse ainda estar preocupada com a “heroína” Catarina Martins, que, afirmou, tinha dito anteriormente não contemplar uma coligação com o PS.

Francisco Nunes, do PSD, secundou estas declarações, e a partir daí a situação inflamou-se um bocado, com intervenções da esquerda e da direita no Parlamento regional, numa autêntica troca de galhardetes sobre quais são os partidos que, nas movimentações nacionais que decorrem neste momento, mais estão a levar em conta o superior interesse do país. Sara Madruga insistiu que o partido que miteve mais votos em Portugal foi sempre aquele que foi chamado a formar governo e acusou o BE de fazer uma autêntica “cambalhota política” ao colocar em segundo plano as suas convicções sobre o euro e outros aspectos fulcrais. Tudo para “chegar ao governo a todo o custo”.

O Parlamento registou de seguida uma série de intervenções a lamentar a morte do jornalista Luís Miguel França, com os deputados a observarem um minuto de silêncio pela morte prematura daquele profissional da informação, aos 44 anos.