5º Açores Ladies Open irá contar com três jogadoras portuguesas

Susana Ribeiro (Foto: Rui Caria)
Susana Ribeiro (Foto: Rui Caria)

A três jogadoras portuguesas: a campeã nacional absoluta, de amadores e profissionais, Susana Ribeiro, a vice-campeã nacional de profissionais, Mónia Bernardo, e a filha de emigrantes portugueses, Joana de Sá Pereira na Terceira.

 Pelo segundo ano consecutivo o Açores Ladies Open irá contar com três jogadoras portuguesas na sua rica lista de inscritas, uma progressiva melhoria em relação à primeira edição deste torneio do Ladies Open Ladies European Tour Access Series (LETAS), dado que, em 2011, quando a Segunda Divisão do golfe profissional feminino europeu visitou Portugal pela primeira  vez, não houve nenhuma jogadora portuguesa.

 No Clube de Golfe da Ilha Terceira, a competir no mais importante torneio de golfe feminino português, discutindo o bolo global de prémios monetários no valor de 30 mil euros, estarão as portuguesas Susana Ribeiro, Mónia Bernardo e Joana de Sá Pereira, a desafiar uma concorrência de peso, dado que, entre as 60 participantes figuram nove das dez primeiras da Ordem de Mérito do LETAS e 17 do top-20, igualando o recorde qualitativo estabelecido pela primeira vez em 2014.

 Susana Ribeiro a campeã nacional absoluta

 Nunca o estatuto de campeã nacional absoluta foi tão bem atribuído a uma jogadora portuguesa pois, pela primeira vez uma atleta venceu na mesma época desportiva o Campeonato Nacional Amador Peugeot e o Solverde Campeonato Nacional PGA. Essa feito recorde do golfe nacional foi alcançado há duas semanas por Susana Ribeiro, de 25 anos, a nova campeã nacional de profissionais, meses depois de se ter tornado na primeira portuguesa a sagrar-se tricampeã nacional amadora (três títulos seguidos).

 A portuense residente em Belas repete a presença na prova pelo terceiro ano seguido, mas será a sua estreia em torneios internacionais com o novo estatuto de profissional, ao qual aderiu há duas semanas.

 A sua primeira participação no Açores Ladies Open, enquanto amadora, aconteceu no Clube de Golfe da Ilha Terceira em 2013, palco onde a prova regressa este ano, de 2 a 4 de outubro.

 

Nesse ano, só falhou o cut por 1 pancada. No ano passado, no Batalha Golf Course, em São Miguel, teve a pouca sorte de ser desclassificada no início da primeira volta pelo uso indevido de equipamento eletrónico de medição de distâncias, mas em 2015 está de volta à Terceira para tentar apagar as más memórias e continuar o plano de preparação para a um grande arranque de carreira profissional a que se propôs.

 «Foi uma boa altura para passar a profissional, porque estou numa boa fase de jogo e gostava de jogar alguns torneios profissionais antes da Escola de Qualificação do Ladies European Tour em dezembro. Também quero ambientar-me um pouco, porque é uma vida completamente diferente. Já tinha jogado um Campeonato Nacional de profissionais (em 2011) como amadora, mas é muito diferente fazê-lo como profissional. Logo a seguir joguei o Quality First Open da PGA de Portugal em Belas, e o Açores Ladies Open. Desse modo não vou a frio para Escola de Qualificação do LET», declarou Susana Ribeiro, de 25 anos, que na semana passada obteve um excelente 4º lugar em Belas, num torneio ganho por Hugo Santos.

Mónia Bernardo (Foto: João Moniz)
Mónia Bernardo (Foto: João Moniz)

 Mónia Bernardo a mais experiente

Mónia Bernardo é a mais experiente das três portuguesas em prova neste 5º Açores Ladies Open. Joga a prova pela terceira vez em quatro anos.

 Em 2012, no Batalha, falhou o cut por 1 pancada e em 2014, também em São Miguel, apenas por 2, pelo que sabe que tem valor suficiente para conseguir disputar os três dias do torneio.

 Aliás, a madeirense de 36 anos, residente no Algarve, é uma das duas únicas jogadoras portuguesas a ter passado o cut em eventos do Ladies European Tour (Primeira Divisão Europeia), embora neste LETAS (escalão secundário) nunca o tenha conseguido, ao contrário de Sofia Câmara e Leonor Bessa, que jogaram os três dias do Açores Ladies Open, respetivamente em 2012 e 2014.

 Sofia Câmara está a iniciar a carreira de jornalista, sendo já colaboradora do programa Golf & Golfistas da SportTV e do site Golftattoo, competindo cada vez menos.

 Já Leonor Bessa, que no Domingo passado venceu a Taça da FPG/BPI, manifestou-se «muito triste por não poder jogar nos Açores, um ano depois de ter sido 16ª classificada. Foi uma decisão que custou muito a tomar, mas há o Campeonato da Europa de Clubes na semana seguinte».

 «Não podia jogar tantas semanas seguidas, tinha de tomar uma opção e sei que terei mais oportunidades de jogar o Açores Ladies Open nos próximos anos. Mas não foi fácil», confessou a campeã nacional de sub-18.

 Mas voltando a Mónia Bernardo, é a treinadora do Sheraton Pine Cliffs que nos seus tempos de jogadora competiu em vários circuitos profissionais e detém três títulos de campeã nacional de profissionais, o último dos quais averbado em 2014. Em 2015 foi vice-campeã, atrás de Susana Ribeiro. «É bom estar estas semanas seguidas com a Susana e é bom haver mais concorrência», disse, aludindo à passagem da compatriota a profissional.

Joana de Sá Pereira (Foto: Facebook)
Joana de Sá Pereira (Foto: Facebook)

 Joana de Sá Pereira, o Filipe Lima de saias

A grande surpresa do 5º Açores Ladies Open é Joana de Sá Pereira, que nunca competiu em Portugal, mas é filha de emigrantes do distrito de Bragança. Tem 25 anos, nasceu na Suíça, reside em França, licenciou-se nos Estados Unidos onde foi uma estrela do circuito universitário, tornou-se profissional há poucos meses e tem estado a obter resultados de relevo no LETAS: 7ª no CreditGate24 Golf Series Hamburg Open (Alemanha), 13ª no Open Generali de Strasbourg (França), 20ª no CitizenGuard LETAS Trophy (Bélgica), 23ª no HLR Golf Academy Open (Finlândia).

 Em Portugal podemos saber muito pouco dela, mas joga com a bandeira portuguesa agarrada ao saco, tem passaporte português e tem andado a representar Portugal no circuito profissional nestes últimos meses. É uma espécie de Filipe Lima de saias, embora desconhecida do público local.

 «É o meu primeiro torneio em Portugal. É especial. E o objetivo óbvio, é de ganhar. Fazê-lo em Portugal… seria lindo», disse, num português bastante correto, para quem sempre viveu fora.

 Manuel Agrellos, presidente da FPG, elogia torneio

Manuel Agrellos, o presidente da Federação Portuguesa de Golfe, elogiou a organização: «É com grande satisfação que verificamos, uma vez mais, a realização de um torneio integrado no Ladies European Tour Access Series nos Açores, desta vez, no Campo de Golfe da Ilha Terceira. Gostaria de enaltecer o enorme esforço de todos os envolvidos na realização deste Open, nomeadamente a Ilhas de Valor, S.A.».

 O 5º Açores Ladies Open tem o alto patrocínio do Governo Regional dos Açores. O promotor nacional é a Stream Plan, empresa que encerra nos seus quadros e em parcerias diretas uma vasta equipa com grande experiencia na organização de eventos desportivos (Volta a Portugal em Bicicleta, Volvo Ocean Race, Rali Dakar, Campeonatos do Mundo de Vela, Troféu de Portugal TP52, Lisbon Grand Prix Offshore, WCT Figueira Pro, etc.). Em golfe, alguns dos seus elementos foram responsáveis ou colaboraram, para além das edições anteriores do Açores Ladies Open, na realização de mais de 30 eventos do European Tour, incluindo o Open de Portugal, Estoril Open, Madeira Islands Open e Brazil Open e ainda inúmeros eventos do European Challenge Tour, Ladies European Tour e European Seniors Tour.

 A organização do evento está ainda a cabo do Clube de Golfe da Ilha Terceira e da Azores Golf Islands / Ilhas de Valor – entidade que tem acompanhado a promoção e organização do evento desde a sua origem, contando também com a chancela da PGA de Portugal (associação nacional de profissionais de golfe) e da Federação Portuguesa de Golfe, organismo máximo do golfe nacional.

 O 5º Açores Ladies Open conta ainda com os apoios da SATA, Vista Alegre, Panazorica e Hotel Angra Garden.