Promover a Madeira com harmónica e muita simpatia

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A alma de ilhéu manifesta-se em pequenos gestos e abraça qualquer nacionalidade ou não fôssemos nós, madeirenses, verdadeiros cidadãos do mundo. A objetiva do Funchal Notícias captou uma dessas manifestações de hospitalidade, bem genuínas, de quem está habituado a receber turistas e a calcorrear as quatro partidas do mundo.

Aproveitando a manhã soalheira, num banco da Avenida do Mar, um casal de turistas franceses é surpreendido por um idoso que, à sua maneira original, quis cumprimentar e dar as boas vindas aos visitantes. Ao som da gaita de beiços, pôs-se a tocar alegremente alguns acordes do bailinho, ao mesmo tempo que oferecia um colar à turista. Os sorrisos e a boa disposição marcaram esta cena que ficará, com certeza, na memória dos turistas.

Quem já visitou Honolulu, no Hawai, jamais esquece a receção dos locais com a oferta de colares de flores acompanhados de sonoro “Aloha”, a forma nativa de saudação e também de despedida. É um gesto que vale mais do que uma promoção e que faz recordar algumas caraterísticas do povo madeirense: amizade, hospitalidade e cordialidade.

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O episódio do nosso tocador de gaita é simples e espontâneo mas toca um aspeto crucial quando se fala em turismo, um sector que, fundamentando-se nas relações humanas, terá de ir mais além de programas e cartazes oficiais. Terá ele também de atender à essência de um povo, à troca de contactos pessoais, à cultura e aos costumes, vetores que constituem a mais-valia de uma região na sua promoção turística.

Daí que nos inquiete perguntar onde se encontra a alma do povo quando todos os dias chegam ao porto do Funchal milhares de turistas a bordo dos navios de cruzeiro, alguns pela primeira vez e com mais de 5 mil passageiros a bordo. Nem uma flor ou a presença do nosso folclore a dar as boas vindas. Será que já esquecemos o nosso principal cartão de boas vindas?