Viagens: PS queixa-se de “gato por lebre”

wpid-img_1021.jpg

Da parte do PS, chegam-nos também reacções adversas ao consagrado na Portaria que estabelece o modo de funcionamento do subsídio de mobilidade para os cidadãos da Região. O cabeça de lista do PS-M às eleições legislativas nacionais, Carlos Pereira, considerou hoje que “infelizmente” o que foi anunciado “não é uma boa notícia para os madeirenses”.

Para Carlos Pereira, o que aconteceu foi que o Governo, numa situação caricata, prometeu “mundos e fundos”, mas quando se vai ao essencial da questão, “há coisas que não são realidade”.

No caso do subsídio de mobilidade, o PS mostra-se preocupado, porque soube que “haverá viagens a 89 euros, mas também haverão viagens superiores a 89 euros”, custando cento e tal ou duzentos euros, dependendo dos preços que forem praticados pelas companhias. Tendo em conta que existem poucas companhias aéreas, o PS entende que esses preços serão, naturalmente, bastante elevados.

“Estamos perante uma falta de verdade do Governo, que começa a ser demasiado frequente”, denunciou.

Numa comparação com os Açores, onde o subsídio de mobilidade já está em funcionamento, Carlos Pereira referiu que não existe nenhum tecto máximo de elegibilidade para as viagens, ou seja, se as viagens custarem 500, 600 ou 700 euros, o Governo da República, e o Governo Regional dos Açores comprometeram-se a pagar o restante, até aos 115 euros, que é o preço da viagem dos Açores para o continente.

Já na Madeira, não ser´assim: “Se as viagens forem superiores a 400 euros, quem tem que suportar esse preço acima dos 400 euros serão os madeirenses”.

Isto, disse o dirigente socialista, é uma situação “lamentável”, pois “foi-nos prometida uma coisa, e é-nos dada outra”, numa situação que classificou de “gato por lebre”.

Outro problema que afecta os madeirenses e que também não existe nos Açores, é que enquanto no arquipélago vizinho, o açoriano compra a viagem e pode, no dia seguinte, exigir o seu reembolso, na Madeira é preciso esperar 60 dias para pedi-lo.

Situação que não faz sentido no entender do PS, que acha que o madeirenses já têm pouco dinheiro para poderem adiantar passagens de 400 euros, tendo ainda de esperar 60 dias pelo reembolso.

“Temos um governo de faz-de-conta”, denunciou.

E acrescentou: “Esta portaria foi feita em Lisboa. Mais uma vez, o Governo Regional permitiu que fosse Lisboa a decidir aquilo que é melhor para os madeirenses. E como se viu, decidiu mal, como decide sempre mal”.

“O Governo Regional não soube defender os interesses dos madeirenses, não soube bater o pé ao Governo de Lisboa, garantindo não só que não haveria tecto máximo para as viagens, como não haveria exigência de 60 dias após os quais os madeirenses poderiam então exigir o reembolso”, queixou-se Carlos Pereira.

Conclusão: o Governo Regional não soube defender os interesses nem corresponder aos anseios dos madeirenses.