BE expectante com actuação de Faria Nunes espera que “o Governo comece a governar”

wpid-faria-nunes-002.jpg.jpeg
Foto: Rui Marote

O Bloco de Esquerda (BE) não afrouxou a pressão e, meia hora antes da tomada de posse de Faria Nunes como novo secretário da Saúde, colocava, frente à Assembleia Legislativa Regional e perante os jornalistas, uma bateria de perguntas urgentes sobre o sector.

O deputado Roberto Almada começou por declarar que espera que agora “este governo comece finalmente a governar”, para a seguir apontar os desafios que o novo secretário da Saúde tem para resolver.

A primeira, fez notar, é a revisão da Convenção com a Ordem dos Médicos, que tinha sido anunciada por Manuel Brito. O BE teme que essa revisão vá levar a um aumento do preço das consultas, que actualmente rondam os 55 euros, mas que poderão disparar para valores próximos ou superiores aos 100 euros.

“Esta é uma questão que tem de ser respondida por este Governo Regional. Porque nós não aceitamos que essa revisão aumente o preço das consultas, quando no âmbito do Serviço Público não há resposta para muitas consultas de especialidade. Temos pessoas a esperar meses a fio por uma consulta de especialidade”. Entre eles, referiu, utentes da Psiquiatria, que ainda recentemente viram as suas consultas anuladas, por falta de médicos para os atender, apesar de precisarem de medicação.

Roberto Almada quer saber, também, quando é que os equipamentos estarão reparados no hospital, dado que, denunciou, há muitas pessoas a dirigirem-se ao hospital para fazerem exames, mas não podem por falha nos equipamentos. Por outro lado, afirmou, há falta de material básico para cuidados de saúde e higiene em todo o serviço de Saúde da RAM. Há, ainda, falta de vacinas: “No final do mês passado, por exemplo, a BCG continuava em falta e os centros de saúde não tinham ideia de quando estaria disponível esta vacina, além de outras que faltam”.

Outro problema, afirmou o orador,  tem a ver com a circunstância do novo hospital, que o BE quer saber em que pé ficará, com este novo secretário da Saúde.

“Será que a anunciada criação de num hospital privado vai fazer o Governo recuar para garantir lucros fabulosos a privados à custa da desgraça dos utente?”, interrogou.

Para o BE, é preciso começar a governar para os utentes do SRS, pelo que “fazemos votos para que o novo titular da pasta da Saúde efectivamente comece a governar e resolva estes problemas (…)”.

Instado pelos jornalistas a comentar a demissão de Manuel Brito, Roberto Almada considerou que uma participação minoritária numa clínica não era suficiente para justificar a sua demissão.

“Achamos que há coisas para explicar (…). Porventura existirão outras razões, internas ao PSD, de desagrado com este secretário [Brito], ou outras razões inconfessadas que nós não conhecemos, e que possam ter a ver com outras matérias”, disse.

A conferência de imprensa do BE terminou com os responsáveis por esta força política a fazerem votos para que o novo governante com a pasta da saúde seja capaz de resolver os problemas que afligem os utentes.