Produtores de banana acusam GESBA de monopólio

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Um grupo de produtores de banana fez chegar à nossa redação um comunicado onde dizem que os agricultores madeirenses se sentem” isolados e abandonados à sua sorte, em especial os produtores de Banana da Madeira” e acusam a GESBA de promover um monopólio à conta dos preços estabelecidos unilateralmente.

Assinado por “Um grupo de produtores preocupados”, o documento acusa aquela entidade de “mandar e desmandar a seu bel-prazer, sem que nenhuma autoridade controle e fiscalize o modo como trata os produtores”.

Um dos principais motivos de descontentamento é o preço pago por quilo de banana, preço esse que será estabelecido unilateralmente pela GESBA. “A título de exemplo”, dizem “este ano houve uma descida no pagamento do preço de verão (altura em que o preço da banana desce pela maior oferta) de 9 cêntimos, sendo que nos anos anteriores a descida de preço de verão era de 6 cêntimos”. No entender dos agricultores, deveria haver uma outra entidade a negociar com a “Banana da Madeira”, de forma a garantir uma maior justiça no preço pago aos agricultores. “Até porque a GESBA tem de lucro, muitas vezes, por quilo de banana 0,8€, incluindo já os 0,44€ de apoios europeus, para não falar nos 8 000 000€ anuais como prémio de fundos europeus”, pode ler-se no comunicado.

Outra questão prende-se com as dificuldades no acompanhamento à seleção e pesagem da banana, sendo que este processo é feito muitas vezes sem a presença dos agricultores por alegadas dificuldades logísticas. “Como agravante, na época de maior oferta que é o verão, os critérios de seleção da banana parecem ficar mais severos, em detrimento dos produtores que vêm mais da sua banana ser classificada em categorias inferiores”.

Os produtores de banana da Madeira gostariam também que houvesse protocolos por parte da GESBA ou do governo regional com indústrias transformadoras, a fim de escoar a banana rejeitada atualmente.

Os signatários do comunicado pedem ainda a intervenção dos deputados europeus no sentido de que a banana biológica seja apoiada com um preço superior ao atual, que em nada difere da banana normal.

Questionam ainda a razão de se manterem naquela estrutura gestores que estiveram à frente da banana, na altura em que havia calotes e má gestão, alguns deles com casos na justiça.

Outra situação que coloca dúvidas aos produtores é o facto de a GESBA possuir armazéns e tratores com respetivos atrelados, estando alegadamente a alugá-los a privados.