Aline Frazão a fechar com chave de ouro o Raízes do Atlântico

O ritmo e a voz de África com Aline Frazão. (Foto Rui Marote).
O ritmo e a voz de África com Aline Frazão. (Foto Rui Marote).

Aline Frazão, a musa da música tradicional angolana, encontra-se em atuação no Festival Raízes do Atlântico. É a última atuação da edição deste ano. O ambiente no Jardim Municipal está animado e muito concorrido, apesar de neste momento estar a decorrer outro espetáculo de peso, no Parque de Santa Catarina, com os Xutos e Pontapés.

Francisco Faria Paulino, da Edicarte, a entidade a quem coube a produção das últimas duas edições do festival, já se manifestou muito satisfeito com a dinâmica e interesse do público, salientando que o evento foi uma grande homenagem à lusofonia.

“Foi uma oportunidade de ombrear a música do mundo com a excelente música tradicional da Madeira”, sublinhou o responsável, para quem o trabalho pioneiro dos Xarabanda, o grupo mentor do festival, terá de ser consolidado. “É importante que não se deixe cair o evento”.

Salientando o caráter genuíno do Raízes do Atlântico, já na sua XVI edição, Faria Paulino manifestou-se favorável à manutenção deste formato, de apresentar as sonoridades conhecidas de todos, locais e turistas, com arranjos inovadores e com sonoridades oriundas de vários cantos do mundo.

A cantora angolana a fechar o festival Raízes do Atlântico. (Foto Rui Marote).
A cantora angolana a fechar o festival Raízes do Atlântico. (Foto Rui Marote).

Já Rui Camacho, do grupo Xarabanda, salientou a necessidade de o festival se reinventar, apesar do sucesso do modelo encontrado pela DRAC. “A música do mundo não é só isto. Exige conhecer mais géneros musicais”.

Instado a fazer um balanço desde a primeira edição, em 1992, o músico reconheceu uma evolução significativa, quer na logística, quer nos apoios e recursos técnicos, assim como, na formação das novas gerações de artistas.

A XVI edição do Festival Raízes do Atlântico apresentou-se ao público na passada quinta-feira. Durante três noites, realizaram-se seis concertos, todos eles muito concorridos em termos de público. A 16 de julho, a abertura esteve a cargo do grupo mentor, os Xarabanda, seguindo-se o compasso e o ritmo do cante alentejano com Vitorino. Ontem, foi a vez dos C’Azoada e de Nancy Vieira, já considerada a nova Cesária Évora do panorama da música tradicional cabo-Verdiana.

O Raízes do Atlântico está integrado no projeto “Festivais Culturais da Madeira” e é comparticipado por fundos comunitários (Intervir+), sendo organizado pela SRETC, através da Direção Regional de Cultura.O evento, cuja produção foi adjudicada à Edicarte pelo montante de 95 mil euros, durante o biénio 2014/15, teve ainda a particularidade de promover a reflexão e o debate em torno de matérias relacionadas com a música tradicional madeirense.