PTP apresenta voto de protesto contra a privatização da TAP

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O PTP apresentou na Assembleia Legislativa Regional um voto de protesto contra a privatização da TAP. Este é o texto da proposta:
“O Governo da República anunciou dia 11 de Junho que decidiu entregar o grupo TAP ao consórcio Gateway, do empresário norte-americano e brasileiro David Neeleman (49%) e do empresário português Humberto Pedrosa (51%).
Se o Governo for bem sucedido nas suas intenções o contrato de compra e venda será brevemente assinado e o Estado (Parpública) receberá à cabeça 10 milhões de euros pelas ações que representam 61% do capital da TAP. Um valor ridículo para a importância e dimensão de uma empresa como a TAP, vendendo ao desbarato uma vez mais os interesses nacionais.
Para justificar a privatização da TAP, o Governo da República, tem concretizado uma política de medo, lançando para a opinião pública cenários alarmistas caso a TAP não seja privatizada, nomeadamente, a falência e a liquidação da empresa. Mesmo que esse fosse o caso, que não o é, o Estado deveria adotar as mesmas diligências que usou para salvar a banca, movendo todos os esforços e recursos já que se trata da defesa de um interesse estratégico para o país.
A TAP só não é rentável porque foi mal gerida pelos sucessivos Governos. E assim como muitas outras empresas públicas padece de inúmeros vícios, no que diz respeito às contratações, nomeadamente, tem como hábito dar emprego aos boys com salários elevados na área da administração. Acabando a empresa sacrificada pelas cunhas e tachos mas sobretudo pela gestão criminosa, não por incompetência, mas por atos propositados muito nublosos e onde ninguém foi responsabilizado.
Há solução para TAP ao contrário daquilo que nos querem impingir! Até porque se houve interesse por parte do setor privado em adquirir a empresa, é porque esta tem potencial.
Com a privatização da TAP nenhum problema nacional será solucionado, antes se agravarão muitos deles, pois está em causa o futuro de praticamente todo o setor do transporte aéreo nacional. Para além de perdermos os impostos daquela empresa, muito possivelmente para uma sede fiscal na Holanda ou Luxemburgo.
A TAP tem de ser defendida como companhia de bandeira e de importância estratégica para a economia, garantido a ligação às comunidades portuguesas e às regiões autónomas e contribuindo para a dinamização do nosso turismo, assim como, para a coesão territorial e projeção de Portugal no mundo.
O processo de privatização da TAP tem sido conduzido com propósitos muito duvidosos sem qualquer consideração pelo País, pela empresa, pelos seus trabalhadores e pelos trabalhadores de todas as empresas cuja atividade depende da TAP.
Posto isto, a Assembleia Legislativa da RAM, expressa o seu mais veemente Voto de Protesto sobre o assunto supracitado”.