JM, o pluralista

wpid-fotografia.jpgEsta história do Jornal da Madeira tem muito que se lhe diga. Se nos dissessem ainda há não muito tempo que um dia lá veríamos plasmada,  em grande destaque, a fotografia de Paulo Martins, o histórico da UDP, diríamos que deliravam. Então se acrescentassem que era num artigo de opinião, assinado por um deputado do Bloco de Esquerda, Rodrigo Trancoso, na mesma secção onde Gilberto Teixeira e outros que tais escreveram durante anos lençóis de texto a louvaminhar o regime jardinista, não conseguiríamos conter a gargalhada.

Mas não, não se trata de sonho febril: é mesmo verdade! O jornal da Diocese acoita já perigosos marxistas e, pior, permite a sua apologia! É o abastardamento total! Se o cónego Tomé Velosa visse isto… Até aqueles maldizentes do JPP escrevem naquelas abençoadas páginas de opinião que, durante tanto tempo, foram baluarte de Deus, Pátria e Familia e dos mais lídimos valores tradicionais e cristãos.

Enfim, são albuquerquismos. A continuar assim, com esta liberdade e pluralidade todas, qualquer dia as forças da oposição até  perdoarão aquele milhãozinho que o governo agora vai lá injectar,  a bem do pluralismo informativo na Região.

Só há um pequeno problema. As pessoas não estão habituadas a tanta abertura no JM e, quando a esmola é muita, o povo desconfia. Por isso se multiplicam os lancinantes apelos às cartas do leitor e à colaboração nas colunas de opinião. Mas estamos em crer que o Jornal, se se cumprir o desígnio, ainda será conhecido como o arauto da livre expressão na Madeira. Esperem só que vão ver! Estepilha…