A imagem documenta um acontecimento que tem mais de 30 anos. O cenário, é o Aeroporto da Madeira, então Aeroporto de Santa Catarina. O acontecimento: a chegada à Madeira do recém-nomeado, pelo Vaticano, Bispo da Diocese do Funchal, D. Teodoro Faria, que assumiu a chefia da Diocese a 16 de maio de 1982. A aguardar o novo Prelado da Diocese: Martins Júnior, o polémico pároco da Ribeira Seca, suspenso a divinis, para dar as boas vindas a D. Teodoro Faria. Tudo isto na presença do então Vigário Geral, Cónego Agostinho Gomes, que também recebia o novo chefe da igreja católica na Madeira.

O sorriso que a foto documenta encobre muita, muita polémica, ainda hoje por sanar. Estavam os mesmos protagonistas bem distantes de imaginar o turbilhão de acontecimentos que viria a marcar a Igreja na Madeira.  Apesar das azedas relações com a hierarquia da igreja insular, Martins Júnior, no seu estilo frontal e sem paliativos, foi ao Aeroporto dizer a D. Tedoro Faria que existia, com ou sem suspensão.

Volvidos mais de 30 anos, com  D. Teodoro Faria a resignar como Bispo, em 2006, por limite de idade, a situação do controverso padre Martins Júnior continua por resolver por parte da igreja madeirense. Entretanto, o combativo político e sacerdote tem vindo ao longo dos anos, nas mais diversas instâncias, a demandar sem êxito a clarificação da sua situação, clamando a eliminação de  uma suspensão que, na prática, nunca teve qualquer validade.

D. Teodoro Faria deixava Roma para iniciar uma missão na Madeira com um poder social-democrata esmagador. Tarefa difícil, que se tornou ainda mais complexa com outras polémicas que ensombraram a Diocese.

Dos três atores que a foto regista, apenas um deles parece estar no ativo: nem mais nem menos que o Padre Martins Júnior, ao serviço da Paróquia da Ribeira Seca, mesmo sem o beneplácito formal da Diocese. Entretanto, o Bispo que sucedeu a D. Teodoro Faria, D. António Carilho herdou o problema e até hoje, que se saiba, o assunto continua no mesmo ponto de há 30 anos.