Crianças eternamente carentes dos pais

dia-da-crianca

(Cartoon J.A.)
No meu mundo, dizem-me que as crianças são o futuro. Beleza não lhes falta. Ternura muito menos. Todas elas são oceanos de inocência. Pobres ou ricas, africanas ou portuguesas, são anjos na terra que fazer rever por dentro certas condutas dos adultos. São bálsamos para as nossas angústias do dia a dia.
Neste dia, o Funchal Notícias presta homenagem a todas as crianças sem exceção. Mas quer dirigir-se particularmente aos adultos que, tendo filhos, não sabem educar as suas crianças. Sem pretensões de julgar quem quer que seja mas tão só alertar.Ter filhos não pode ser um capricho ou “porque sim”. Ser pai e mãe implica sacrificar os nossos egos e caprichos para educar e amar os nossos filhos. Ninguém o faz melhor do que nós. Quando assim não acontece, quando os pais colocam as suas prioridades à frente dos filhos, estão a perdê-los no silêncio e a criar um problema à sociedade. O pai e a mãe das crianças não são os camaradas, os melhores amigos, mas simplesmente o pai e a mãe. Muita gente, desde o simples varredor de rua a um médico, nem sempre percebe que um pai ou uma mãe tem de abdicar do seu “eu” para privilegiar o amor aos filhos. Sim, porque ter filhos implica dar-se por eles, educá-los permanentemente, limpar-lhes a alma dos equívocos e mágoas e ensiná-los a crescer com amor. Isto leva tempo, dedicação e constrói-se dia a dia. Não h´super-mulheres nem super-homens que tudo conciliam, desde a família, à carreira, aos projetos sociais e tudo o que a retórica permite e a prática o desmente. Nem a avó, nem o avô, nem a tia, nem o amigo o poderão fazer melhor que os pais. As crianças merecem-no.