Conferência em Santa Cruz debate futuro do desporto regional

santa cruz

Foi apresentada esta manhã, no Salão nobre da Câmara Municipal de Santa Cruz, a 3º Conferência do Movimento Associativo/Desportivo da Região Autónoma da Madeira, que vai decorrer no hotel Vila Galé, no próximo dia 3 de junho.

Maurílio Caires, do Cruzado Canicense, entidade organizadora, sublinhou a importância do evento, nomeadamente num momento em que existem novos responsáveis políticos na área do desporto, o que torna importante a troca de ideias e o contributo do associativismo, que é quem pensa e faz.

Palavras que foram ouvidas por David Gomes, o novo diretor regional do Desporto, o qual concordou e valorizou a criação de espaços de reflexão e de contributos para aquilo que deve ser o futuro do desporto na RAM. Disse mesmo que o movimento associativo é uma peça essencial na definição das políticas para o sector. David Gomes defendeu que o Desporto deve ser olhado como catalisador de outras áreas, como é o caso do turismo e do social. Uma visão partilhada pelo autarca Filipe Sousa.

O Presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz sublinhou a importância que o desporto tem enquanto vetor social, sublinhando ser essa a visão da autarquia nos futuros apoios ao desporto. Apoios que de momento a autarquia está impedida de conceder, por via da situação financeira em que se encontra, mas que estão a ser trabalhados para um futuro muito próximo.

Filipe Sousa não deixou também de dar uma palavra de apreço ao novo Governo Regional, sublinhando que se nota uma nova geração de políticos e que espera que a mesma corresponda a uma nova geração de políticas. Neste âmbito, fez votos para que as portas que hoje estão abertas se mantenham assim, porque afinal todos estão a trabalhar para o bem da população.

A 3ª conferência do Movimento Associativo/Desportivo da Região da Autónoma da Madeira irá reunir diversas presenças, nas quais se destacam o novo secretário da Educação, Jorge Carvalho, o Presidente da Câmara de Santa Cruz, Filipe Sousa, e ainda Francisco Santo, ex-secretário regional da Educação, Ricardo Fabrício, docente da UMa, Carlos Pereira, presidente do Marítimo, entre outros.

 PROGRAMA E PAINÉIS

 9:30H – Política Desportiva Regional e Desporto Autárquico

Não é recente, mas sente-se no ar algo, que, no passado era comum ouvir-se, “ a política não devia intervir no desporto”! Será desta forma que os atuais políticos veem a atividade desportiva ou pelo contrário, acham que “ o desporto é um produto da política” vistos ambos numa perspetiva sócio cultural? As dimensões que aqui se pretendem abordar, desporto regional e autárquico devem ser vistos de forma distinta, complementar ou de nível e responsabilidade diferenciada, mas com os mesmos objetivos? Até onde deve ir a responsabilidade do governo e ou das autarquias, nas diversas variáveis que influenciam o desenvolvimento desportivo? Muitas são as situações em que se sente não haver uma estratégia comum regional e local, que permita clarificar o papel do desporto enquanto gerador de educação, cultura, saúde, e gerador de riqueza, razões mais que suficientes para desafiarmos os nossos convidados a uma reflexão sobre “ que estratégia para o nosso desporto para que possamos promover um quadro de excelência, que seja precursor de uma nova dinâmica desportiva”? Que medidas concretas, preveem implementar no terreno de forma eliminar as assimetrias desportivas entre os vários concelhos e no enquadramento no plano nacional?

 11:00H – Eventos e Promoção Turística Desportiva Sendo a Região Autónoma da Madeira um destino turístico direcionado principalmente para faixas etárias a partir dos 45 anos, em que a “oferta da Natureza” tem um papel preponderante, podemos conceber que existe um espaço vasto onde os clubes desportivos e associações de modalidade podem desenvolver projetos que promovam modalidades desportivas e a Região, simultaneamente. Terão de existir parcerias estratégicas entre as instituições e formas de financiamento e patrocínio de modo a que a promoção dos eventos atinja de forma concreta o público-alvo e ambas as partes sejam beneficiadas com as suas organizações.

 14:00H – Gestão e Rentabilização de Recursos Humanos Na realidade a qualidade dos recursos humanos não vêm nos balancetes, mas estes refletem o seu valor acrescentado. As pessoas são o maior património das empresas, e têm a capacidade de se valorizarem, com o tempo e com a aquisição de competências. Nas instituições, na gestão, no desempenho das funções este património ativo e dinâmico, tem neste século o significado de valor diferencial das organizações, e a forma como desenvolvem este potencial, é com certeza o veículo para o sucesso. Por um lado, as estruturas devem cuidar dos seus ativos proporcionando as condições para o desenvolvimento pessoal, e garantir a adequação das habilidades de cada colaborador no desempenho das funções e tarefas. Por outro, garantir a possibilidade de desenvolvimento das capacidades dos colaboradores no sentido de corresponder à ambição pessoal, para uma evolução dos próprios, contribuindo para a inovação, para bons empenhos e consequentemente para altas performances. Decisiva já é a etapa do recrutamento, pois deve corresponder a um determinado perfil, capaz garantir no presente pressupostos e capacidades de evolução para o futuro, em desenvolvimento pessoal, de carreira e coletivo, de acordo com as necessidades das instituições. Uma área emergente é o desenvolvimento dos talentos dos colaboradores, que por si só, evidenciarão o maior valor acrescentado que as empresas podem agregar. Coadunar a empregabilidade e as capacidades e qualidades, para garantir uma probabilidade de sucesso no futuro, afigura-se um desfio enorme e motivador, mas também com dificuldades de conciliar.

 15:45 H – Desafios para o Clube do Futuro Uma matéria sensível e decisiva para a sobrevivência dos clubes é a alteração do paradigma da gestão e a sua missão. Os tempos que vivemos de dificuldades e de turbulência financeira, vai obrigar que o estado diminua a sua comparticipação e há necessidade de os clubes recorrerem aos apoios privados. Para que haja sucesso, os clubes necessitam de modificar a sua gestão, tornando-a mais presente e profissional, não só para angariarem as verbas necessárias, como para dar resposta às solicitações e obrigações fiscais. Quanto á missão, pensamos que a tendência será para a existência de clubes, sejam profissionais ou não, com um leque alargado de responsabilidades que aglutinem conceito da relação social, saúde e cidadania, para além das desportivas, para que a sua ação de proximidade seja efetiva e precursora de boas práticas. As relações sociais são cada vez mais formais, especificas e porque não dizer artificiais e o desporto/atividade física é capaz de gerar hábitos que modifiquem o relacionamento social, alterem as rotinas pós laborais e acabem por promover a superação de problemas pessoais. O importante papel na saúde, face a uma maior esperança média de vida da população, o progresso da obesidade, o aumento do consumo do álcool e do tabaco que configuram um risco cada vez maior. Por outro lado, após um período de aumento da atividade física, a mesma parece estagnar ou decrescer, diminuindo assim a % de população ativa. O compromisso do desporto com a cidadania não é recente, mas cada vez mais deve ser realçado o papel dos fundamentos associativos na aprendizagem democrática, a interação que promove no sentido público/privado e a capacidade que tem fazer interagir pessoas de níveis sociais diferentes e de se relacionar com a diversidade cultural.

V PAINEL

GESTÃO POR OBJETIVOS E TREINO MENTAL

Eng. Ana Uumbelino

O sucesso começa sempre por se saber para onde se caminha, onde se quer chegar: QUAL O OBJETIVO.

O desporto tem um papel fundamental na sociedade e na preparação das gerações futuras, ensinando-os a saber fazer escolhas, a trabalhar para lá chegar, a aprender com a falha e a celebrar cada vitória.

Saber gerir por objetivos e realizar um treino mental que sustente a restante preparação são fatores decisivos e essenciais ao desporto de um futuro que já começou!