BE lamenta abstenção fruto de “desespero e revolta”

rodrigo_trancoso

Numa altura ainda muito precoce da contagem dos votos, mas em que se adivinham duas claras tendências: uma enorme abstenção e a superioridade que o PSD continua a manifestar nos números que se vão apurando, freguesia atrás de freguesia, o Funchal Notícias foi ouvir um dos partidos mais pequenos, o Bloco de Esquerda, também eles integrantes do espectro político regional. Não desistem da intenção de regressar à Assembleia Legislativa Regional, nem que seja apenas com um deputado. O número dois da candidatura, Rodrigo Trancoso, comentou assim os elevados indicadores de abstenção:

“Tudo indica que a mesma será superior aos 50 por cento… o que suscita da nossa parte um grande lamento. Efectivamente, o Bloco de Esquerda sempre se bateu por uma cidadania activa, participativa, e vemos com desagrado estes números”, declarou.

Para este candidato, tais números só demonstram o sentir de “desespero e de revolta” que as pessoas neste momento vivenciam, “fruto também de todas as políticas de austeridade que foram aplicadas todos estes anos, e que vieram afastar as pessoas da participação e do interesse na política”.

No BE, esta abstenção visivelmente provoca um certo desalento, já que a grande abstenção favorece obviamente o PSD e porque o partido se bateu para que as pessoas se consciencializassem de que havia alternativas. “Não era através da abstenção que as pessoas vão mudar a situação”.

“Esperemos que no futuro a situação se inverta, para que as pessoas voltem a confiar mais na classe política”, declarou.

Quanto à possibilidade de regressar à Assembleia Regional, “atentendo aos resultados que já foram sendo anunciados, estamos a ter percentagens superiores às que tivemos há quatro anos, e portanto aguardamos com expectativa e confiança que o BE irá estar de novo representado na ALR, através de pelo menos um deputado”.

icon-bloco