Helena Mota
A Junta de Santo António já chegou a acordo com a Ordem dos Médicos Veterinários para a atribuição do cheque-veterinário às famílias mais carenciadas da freguesia, no sentido que de que possam beneficiar de campanhas de esterilização, vacinação, registo e microship dos seus cães e gatos a custo zero. Esta iniciativa, que aguarda apenas a negociação com as clínicas parceiras relativamente aos custos referentes à medicação de apoio à cirurgia, permitirá também garantir um banco de ajuda alimentar aos amigos de quatro patas oriundos destes agregados familiares.
Rui Santos, o responsável autárquico pela freguesia mais populosa do Funchal, espera que os trâmites estejam concluídos a curto prazo e que este apoio específico às famílias carenciadas com animais possa arrancar até ao final do próximo mês.
O cheque-veterinário surge no seguimento do trabalho de sensibilização e apoio que a Junta tem prestado aos animais da localidade e suas famílias, sendo uma das pioneiras na implementação de ações de prevenção do abandono e maus tratos. Desde maio do ano passado que, em parceria com a SPAD, promove uma campanha de vacinação contra a raiva e registo de cães e gatos a custos controlados. No pacote, encontra-se ainda a realização de uma consulta de avaliação e a aplicação do microship de identificação.
Rui Santos, o presidente da Junta de Freguesia de Santo António, manifesta-se satisfeito com os resultados obtidos até ao momento, com o registo e vacinação de cerca de 50 cães e cinco gatos. Exorta, porém, a população a aproveitar ao máximo as contrapartidas económicas desta campanha, que oferece um desconto da ordem dos 40 por cento relativamente ao preço de mercado. A campanha de vacinação e registo, com oferta de consulta e microship, tem um custo único de 25 euros por animal, o que para Rui Santos constitui uma oportunidade vantajosa para os munícipes regularizarem a situação dos seus animais. Recorde-se que a vacinação e o registo são obrigatórios por lei, podendo os donos, em caso de incumprimento, ser punidos com multas entre os 25 e os 3.740 euros. “Esta campanha procura sensibilizar também as pessoas para as consequências do incumprimento, pois muitas desconhecem a legislação”, adianta. “Estamos numa primeira fase, digamos, de pedagogia para que, daqui a um ano, as pessoas não aleguem que estamos a ser insensíveis ao fazer cumprir a lei.”
Face à necessidade de chegar a um número maior de animais, Rui Santos irá propor à SPAD a continuação da campanha por mais um ano, até abril de 2016.
À frente de uma freguesia com 27.838 habitantes, e onde se estima haver cerca de 6.500 cães, Rui Santos aproveita a oportunidade para lançar um repto:
“Seria interessante que o Governo promovesse um recenseamento relativamente aos animais de estimação, no sentido de saber quantos são e em que estado se encontram.”
Sabe-se que a iniciativa de Santo António tem merecido boas críticas por parte de residentes em outras freguesias, que defendem a realização da campanha alargada a todo o concelho.
