Antiga escola passa a clínica e Câmara aposta nas esterilizações

Imagem retirado do facebook da AMAW
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Helena Mota

Estão em fase de conclusão as obras de adaptação da antiga escola primária do Faial para acolher a nova clínica veterinária. Dentro em pouco, o espaço deverá começar a funcionar no sentido de resolver um dos maiores problemas com que se debate a cidade do Funchal, em matéria de animais errantes. O projeto de requalificação do edifício, já há muito desativado, está a cargo da Câmara Municipal do Funchal e o funcionamento da clínica será da responsabilidade da AMAW-Madeira Animal Welfare, associação a quem caberá promover cirurgias de esterilização de cães e gatos. A autarquia espera, com esta nova parceria, aumentar a taxa de cirurgias e contribuir para a diminuição do número de animais abandonados e maltratados no concelho. “As obras, que incluíram principalmente a requalificação das canalizações e espaços exteriores, estão na sua fase final, devendo o edifício ser entregue à AMAW nos próximos tempos. Esperamos que o número de esterilizações aumente significativamente”, assegura Idalina Perestrelo.

Imagem retirado do facebook da AMAW
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Protocolos em revisão

Neste momento, a autarquia possui diversos protocolos com vista à esterilização de cães e gatos, nomeadamente com a Sociedade Protetora dos Animais (SPAD), com a Associação AMAW e outras duas clínicas veterinárias da Região. Segundo a responsável pelo Departamento do Ambiente, este trabalho tende a registar um novo impulso com a abertura da nova unidade na antiga escola do Faial e através do acordo com uma terceira clínica veterinária, processo ainda em fase de negociação. Está também a ser ultimada a revisão dos protocolos com a SPAD e a AMAW, no sentido de as esterilizações registarem um reforço. “Estamos a apostar forte nesta resposta e a longo prazo teremos resultados satisfatórios”, garante.

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Canil remodelado no verão

Relativamente ao canil do Vasco Gil, um dos calcanhares de Aquiles da vereação funchalense em matéria de gestão de cães sem dono, Idalina Perestrelo reconhece que a situação não é a ideal, uma vez que aquela infraestrutura regista uma situação de ocupação máxima. No entanto, a atual equipa autárquica está a tentar melhorar a situação dos cães ali instalados. O projeto de requalificação das instalações, no valor de cerca de 90 mil euros, já está pronto para ser lançado no terreno. “A adjudicação da obra será realizada dentro de duas a três semanas, pelo que as obras deverão estar concluídas no início do verão”, adiantou a responsável. “O objetivo é melhorar as condições de conforto para os animais que lá se encontram, remodelando e melhorando as jaulas.”

Veterinário na Câmara

Recorde-se que a autarquia se viu forçada a transferir a gestão do canil para terceiros, neste caso a SPAD, pelo facto de não possuir um corpo clínico veterinário, conforme estipula a lei. Uma situação que está prestes a mudar, com a abertura recente de vaga nos quadros da Câmara para um médico veterinário municipal. “Será mais um passo na defesa da causa animal”, congratula-se a vereadora.

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Animais custam 180 mil ao ano

De acordo com Idalina Perestrelo, a gestão dos animais abandonados tem custado aos cofres da autarquia cerca de 180 mil euros anuais, um valor que acaba por ser justificado face à elevada prevalência deste problema, sobretudo na periferia da cidade. Diariamente, as instituições que trabalham na área são confrontadas com situações de abandono, negligência e maus tratos a animais. O cenário agravou-se nos últimos anos com a deterioração das condições económicas e sociais de muitas famílias, muitas delas confrontadas com o desemprego e a perda das suas casas.

A responsável pelo Departamento do Ambiente da CMF avisa para o facto de muitos destes comportamentos estarem já na alçada da penalização legal, quando denunciados e identificados os seus autores. De resto, a Câmara do Funchal revelou que, a par do trabalho das juntas de freguesia no trabalho de registo e identificação, irá intensificar o controlo e a prevenção através da criação de um regulamento municipal, documento que deverá começar a ser elaborado ainda este ano.