Engenheiro aventureiro vai a Itália de mota

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Teresa Gonçalves (texto e fotos)

Funchal Notícias – Como explica esta paixão pelas motas? 

Frederico Resende – A paixão pelas motas é uma coisa que vem desde muito jovem, tinha eu cerca de quinze anos. Na juventude fazia a minha vida toda de mota, quer de inverno quer de verão. Ia de mota para as aulas e para todos os lugares que tinha que me deslocar. Depois,houve um tempo em que parei, uns vinte anos. Há uns tempos, voltei a despertar. A vontade de andar de mota voltou, há pouco tempo.

FN – Depois de ver o seu nome confirmado no Guiness World Records, qual é o seu próximo desafio? 

FR – O meu próximo desafio em termos de mar é ir até as Ilhas Selvagens, a solo, numa pequenina embarcação, daquelas que nós costumamos ver aqui na baía do Funchal, com os miúdos.

Em terra, tenho um desafio que é ir de mota até Itália, no final do mês de abril, para ir ter com a minha filha mais nova que está lá a viver sozinha, com dezasseis anos.

FN –  Como é que está a ser essa preparação? 

FR – Neste momento, estou a acabar de me equipar. Estou a fazer a revisão à mota que depois irá para Lisboa, onde farei os últimos testes e ver se está tudo bem. Esta é uma altura de frio e chuva. Terei que preparar tudo o que é necessário para esta viagem de quatro dias, que terminará no final do mês de abril, em Itália, junto ao lago Como.

 FN – Quais os custos desta viagem e quem os suporta? 

 FR – Não faço a mínima ideia. Não faço contas a isso. Os custos são inteiramente suportados por mim.

Frederico Resende

FN – Quais as dificuldades que poderá encontrar? 

FR – Eu espero não encontrar dificuldades. O que antevejo é alguma avaria que possa surgir na mota, espero que não… mas a mota é dos anos oitenta, portanto já com alguma idade, é quase uma clássica: uma BMW K 100LT; apesar de não ter muitos quilómetros, já tem algumas dezenas de anos, de maneira que isso também é um desafio. É a parte da antiguidade, quer dos carros, quer das motas. Neste caso concreto, das motas. Espero que nada aconteça.

FN – Dedicou a sua última viagem ao povo português. Irá homenagear alguém quando cumprir mais esta etapa? 

FR – Sem dúvida, desta vez é a minha filha mais nova que, com dezasseis anos, teve a coragem de ir viver sozinha para Itália, num programa intercultural americano, AFS. Vou ter com ela porque fiz uma promessa. Ao princípio, as coisas Não correram nada bem. Ao fim de algumas semanas de lá estar, queria vir embora. Numa das conversas que tivemos, fiz-lhe esta promessa e conto cumpri-la agora, no final de abril.

FN – Não se importa com os rótulos que lhe possam pôr, de louco, de aventureiro…? 

FR – Não, isso não me preocupa nada. Acho que todos nós temos um pouco de louco. Eu acho que essa loucura faz um bocadinho parte da nossa felicidade e da nossa razão de existir e da nossa realização pessoal; acho que é preciso um bocadinho disso em todos nós. FN – Qual é o seu maior projeto? 

FR – Ser feliz.

Frederico Resende