Subsídios às rádios de Jaime Ramos deixam Calheta de fora

RADIO CALHETA

Em tempo de eleições regionais à vista, há quem se queixe de tratamento diferenciado por parte do Estado nos pagamentos aos spots publicitários a apelar ao voto como dever cívico. Para umas rádios, nomeadamente pertencentes a Jaime Ramos, o Estado paga. A outras, pede-se publicidade mas à borla.

É habitual, nas vésperas de um ato eleitoral, o Estado subsidiar os órgãos de comunicação social para divulgarem os spots publicitários a apelar ao voto dos cidadãos, bem como a explicar o sentido e o funcionamento do sufrágio agendado para 29 de março. Acontece, porém, que nem todas recebem o mesmo tratamento por parte do Estado, em termos de pagamento por esse serviço, discutindo-se por isso os critérios de atribuição das verbas por parte de quem de direito.

Só como mero exemplo, o Funchal Notícias apurou que a Rádio Calheta foi convidada pelo Ministério da Administração Interna, numa missiva enviada por escrito, a fazer publicidade do ato eleitoral, à borla. Estes profissionais, que também enfrentam grandes dificuldades diárias para se manterem no ativo e difundir a informação às populações, estranham, no mínimo, que o mesmo Estado pague a diversas rádios, por exemplo, todas de Jaime Ramos, para fazer a mesma publicidade. No cerne deste descontentamento está “um tipo de tratamento diferenciado que não faz sentido nem se pauta pela justiça”.

Os profissionais da Rádio Calheta também revelam que não foram contactados pela CNE nesse sentido, mas já o foram pelo Ministério da Administração Interna, aliás a exemplo de anos anteriores.

Em recente notícia, o Diário de Notícias da Madeira divulgou que a campanha de meios adjudicada pela CNE está orçada em 15 mil euros, repartidos pela RTP/M (6.326 euros) e por três órgãos de imprensa regional (6.600 euros). Os spots nas Rádios, Clube, Popular, Palmeira, Festival, Zarco e Sol, custam 2429 euros. A Rádio Calheta está excluída deste pagamento.