JPP espalha “nervosismo” na esquerda

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É a surpresa na corrida às próximas eleições legislativas regionais. Juntos pelo Povo passa de movimento de cidadania a partido e vai concorrer às próximas eleições. Mais um partido, conotado com a esquerda, a disputar o eleitorado e há mesmo quem já receie a dispersão de votos, a beneficiar o PSD. O responsável  pela JPP admite algum nervosismo da oposição. Para Élvio Sousa, antes das eleições, já conquistaram o resultado emocional: “O crescente nervosismo dos nossos colegas dos partidos tradicionais. Só aí, já mexe. “

 FN – O que leva um movimento cívico a querer constituir-se como partido num momento em que a população é cada vez mais cética em relação aos partidos?

ES – A participação na atividade política de grupos de cidadãos eleitores é limitada, em face de um sistema legislativo que privilegia os partidos, em detrimento da cidadania participativa. Confrontados com essa dificuldade, para não dizer injustiça legal, os movimentos estão dependentes de uma candidatura rotineira, sempre sujeitos à recolha de milhares de assinaturas de cidadãos eleitores do círculo municipal, e à mercê de uma denominação e símbolo. Esteve em risco, a manutenção da “marca” JPP, sobretudo quando fomos confrontados com a criação de um novo partido, que representava grupos de pressão económico-partidários locais. É fundamental uma nova viragem na forma de fazer politica, arejada, descomprometida, basista, levando os movimentos cívicos no combate em pé de igualdade. Mais que um partido, o JPP é um movimento do Povo.

FN –  Quais são as vossas metas nestas eleições?

As mesmas de sempre: perseverança e agitação democrática.

FN-  Não considera que o aparecimento de mais um partido de esquerda vai dispersar os votos dessa mesma esquerda, com eventuais dividendos para o PSD e CDS?

ES – A Constituição da República Portuguesa invoca, entre outros, o direito de criação cultural, cívica e politica. Estamos, em plenitude, a representar, em pleno século XXI, um direito constitucional e uma necessidade de afirmação de novas políticas de exercício de aproximação cívica, em alternativa ao modelo de atuação tradicional dos restantes partidos políticos.

FN – Como tenciona fazer oposição quando o seu irmão Filipe Sousa é presidente na Câmara?

ES – O nosso objetivo é granjear um novo modelo de atuação, cujos resultados já experimentamos no município de Santa Cruz, que constituiu a experiencia piloto da intervenção do JPP. O carisma do trabalho do Filipe Sousa não constitui uma dificuldade, mas um exemplo a seguir. Secundarizamos logicamente o objetivo de conquistar o governo, parece-me óbvio. Damos primazia à representação popular na capital e fora dela. Aliás, as questões familiares não se põem neste caso, porque além dessa afinidade, existe a vertente institucional.

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FN – Quem pagará a vossa campanha?

ES – Na recusa de donativos privados, a campanha, e de acordo com a legislação em vigor, assenta numa previsão, por baixo, de uma subvenção estatal. É uma situação muito clara, pela transparência com que a Entidades das Contas exige aos seus representantes e organizações.

FN- Quem vai ser as grandes apostas do seu eleitorado? Que nichos populacionais/eleitores quer atingir?

ES – Esta é a nossa primeira experiência eleitoral legislativa. Fazer futurologia na base dos resultados de Santa Cruz é um exercício, cujo acerto do erro é flagrante.  Estamos a construir uma estratégia calma, serena e tranquila.

FN – O que será um bom resultado para vós nestas eleições?

ES – Já temos resultados antes das eleições, e que constitui a imagem de marca do Movimento JPP. Um outro, também resultado emocional, representa o crescente nervosismo dos nossos colegas dos partidos tradicionais. Só aí, já mexe. E quanto mais agirmos, mais mexerá.

FN – Qual é a vossa lista?

ES- A representatividade do Movimento à escala regional far-se-á numa lógica de privilegiar o mérito dos cidadãos que acompanham, com lealdade e sentido crítico, o JPP. Primeiro, o programa (que, dadas às circunstâncias está em construção), depois esse entendimento. Para breve.