Liberdade de expressão/escolha

elmano-santos-icon

Resolvi aceitar o desafio que me foi proposto por este novo projeto jornalístico on-line. Em primeiro lugar pela sua oportunidade, numa era em que o papel parece estar a passar à história. Até os livros estão à distância de um clic, podendo ser descarregados livremente de forma muito fácil. Em segundo lugar porque poderei aqui apresentar livremente um conjunto de reflexões, de acordo com um dos desígnios da Constituição, muito badalado neste início de 2015 fruto dos acontecimentos “Charlie Hebdo”: a liberdade de expressão.

Mas qual será o meu limite? A liberdade de expressão terá limites? O Papa Francisco, figura que confesso admirar, julga que sim. Que “não se pode provocar, não se pode insultar a fé dos outros, não se pode ridicularizar a religião dos outros”. Eu entendo esta postura. O apelo ao respeito, à tolerância, deveria fazer parte de todos os processos educativos. Mas até onde podemos ir quando “brincamos” com determinada situação? Nem todos os indivíduos, raças, credos, sociedades têm o mesmo poder de encaixe. Os seus limites são variáveis e impossíveis de definir pois, até entre os mais radicais as diferenças são muitas vezes enormes, ou não fossemos seres humanos dotados de uma identidade própria.

Mas a violência verbal, as injúrias, as ofensas também têm limites. Não posso dizer tudo o que quero e me apetece. A pressão e a violência psicológica são muitas vezes mais dolorosas que a violência física, igualmente desprezível.

De modo que, nesta sociedade onde cada vez mais as solicitações e a oferta são muitas, não será difícil escolher o que nos agrada, o que está dentro dos nossos limites da dignidade, da decência, do respeito, da tolerância.

Assim como, quando não me agrada qualquer espetáculo, notícia, artigo, programa… pura e simplesmente não vou, não compro, mudo de canal… também se alguma vez as minhas provocações ultrapassarem os limites… façam o favor de não lê-las. É o direito à liberdade de escolha.

fechar