O Caniço conta com um novo museu, inaugurado na passada semana.

As décadas de 60 e 70 do século XX são das mais profícuas em acontecimentos históricos do Caniço. Este lugar fora escolhido pelos primeiros povoadores pela sua proximidade do mar e pelo facto de ser servido de uma grande ribeira. A atividade agrícola é intensa durante séculos, integrando por isso o seu código genético.

Na década de 60 e seguintes do século XX, a localidade começa a transformar-se. Primeiro numa nova centralidade turística e mais tarde num polo de grande atração urbanística onde surgem grandes aglomerados residenciais. Quando na passagem de século se fizer os CENSOS há-de conferir-se que o Caniço foi a localidade do país que mais cresceu. A sua população passou de 6 mil para 20 mil residentes.

A coleção escolhida para inaugurar este núcleo museológico ilustra a grande mudança que se opera a partir dos anos 60 no Caniço, uma verdadeira revolução na forma de viver e conviver. No seu conjunto essas transformações significaram melhores meios de sobrevivência e melhor qualidade de vida.

Década 1960 – factos históricos:

• CONSTRUÇÃO DA CONTRACTA – primeiro polo de turismo fora do Funchal;
• FUNDAÇÃO DO GRUPO DE FOLCLORE – fundador: José de Sá;
• ANTÓNIO NEVES, conhecido artesão da Tendeira começa a comercializar os seus bonecos, um artefacto que passa a integrar o Grupo de Folclore e que é hoje um ícone da cultura regional, conhecido por “brinquinho”;
• CRIAÇÃO DAS PARÓQUIAS da Assomada e Eiras.

A exposição permanente “Caniço: de Campo a Cidade” é composta por vários documentos, jornais, cartazes, peças de artesanato e fotografias, na sua grande maioria da autoria do Sr. José de Sá, fotógrafo do Caniço durante várias décadas. Graças a esse espólio e à sua disponibilização pública, é possível esta valiosa mostra de recordações de gentes e de lugares.

A partir de agora, a cidade passa a dispor deste espaço de memórias.
A inauguração do núcleo teve lugar  no dia 25 de Janeiro, domingo, pelas 15h00, com a presença da Secretária Regional que tutela a Cultura e o Turismo. Conceição estudante gostou do que viu e confessou mesmo que finalmente tinha percebido a história do brinquinho, uma questão lhe fora já colocada e para a qual não conhecia a resposta.
Residentes e turistas têm manifestado muita satisfação pela possibilidade que agora têm de conhecer melhor esta cidade do século XXI que foi o primeiro polo de turismo fora do Funchal e a localidade que mais cresceu a nível nacional de acordo com os Censos de 2000. O núcleo museológico do Caniço tem como director o antigo jornalista da RTP-Madeira, Roquelino Ornelas.